De onde virá a energia para atender os carros elétricos?

Foto: Divulgação AHK Paraná

Elektrifizierung und Digitalisierung ou, no bom português, Eletrificação e Digitalização. Essas palavras estão entre as mais faladas e analisadas do mundo automotivo atualmente. Na Alemanha, a previsão é que até 2030 o setor pare de produzir carro a gasolina ou diesel e substitua ao longo do tempo por carros elétricos ou, ao menos, híbridos.

Essa modificação cultural estimulada pela proteção climática, no entanto, exige investimentos em infraestrutura e produção de energia. Certo, 2020 veio com vários desafios, mas também contribuiu para acelerar o processo. Nunca se debateu tanto sobre o tema, e incentivos fiscais para a aquisição de veículos elétricos ou a realização de obras ecológicas saíram do papel e atraíram ainda mais a atenção para essa alternativa verde.

O conceito elétrico também está impregnado no setor ferroviário, onde a construção de trilhos elétricos já começou e a primeira linha deverá estar pronta em 2026. Denominada conexão Central-Alemanha, o trecho de 115 quilômetros de extensão ligará as cidades de Wiemar, Gera e Gößnitz e terá um custo estimado de 200 milhões de euros.

Mas, toda essa modernidade deixa no ar uma pergunta: de onde virá a energia que abastecerá as novas necessidades de e-mobilidade? Antes de responder a essa pergunta é importante saber que os carros elétricos hoje são mais eficientes e usam bem menos energia do que antigamente. Acionamentos elétricos apresentam vantagens particulares em distâncias curtas e em tráfego lento, pois descartam a fase de aquecimento do motor de combustão interna e sua baixa eficiência na potência do motor. Bem, uma preocupação a menos nesta equação.

A meta oficial do governo federal era colocar um milhão de carros elétricos nas estradas até 2020. Isso não aconteceu, mas se tivesse acontecido, a quantidade de carros consumiria em média 1.500 kWh por ano, cerca de 1,5 bilhões de quilowatts-hora ou 1,5 TWh. Se compararmos com a produção local de energias renováveis, que chega a 219 terawatt-horas (TWh), verifica-se que não há com o que se preocupar: os números não são altos para a geração bruta de eletricidade alemã. De acordo com uma análise do Instituto Fraunhofer de Sistemas de Energia Solar ISE, a participação de energias renováveis no mix energético alemão foi em média 42%, chegando a 65% em diversos dias de 2019.

É claro que há muito mais veículos a serem substituídos na Alemanha em médio e longo prazos – cerca de 45 milhões de carros. Se todos fossem operados eletricamente, isso consumiria a maior parte da atual produção de energia eólica. No entanto, a produção de energia eólica e solar ainda pode ser aumentada significativamente – especialmente se os veículos forem inteligentes em seu consumo elétrico.

É aqui que entra a digitalização, essencial para a eficiência dos carros elétricos. Afinal, eles não devem ser carregados apenas quando o usuário lembrar, mas sim quando houver capacidade e necessidade. De alguma forma, o sistema elétrico de carregamento deverá saber até quando e quanto deve ser carregado, e as informações deverão ser gravadas automaticamente no sistema para, assim, garantir a eficiência no seu carregamento de energia. Como resultado o usuário terá uma economia no momento de pagar a conta de energia.

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Leia na íntegra as matérias que inspiraram esse artigo:

https://www.energie-lexikon.info/rp-energie-blog_2016_12_12.html

https://www.bmwi.de/Redaktion/DE/Dossier/erneuerbare-energien.html