Equidade de gênero: movimentos femininos e a busca contínua pelos direitos da mulher

Foto: Divulgação AHK Paraná

Lourdes Manzanares*

O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 19 de março de 1911, reunindo mais de um milhão de pessoas na Alemanha, Áustria, Dinamarca e Suíça. Naquela época, as principais exigências eram o direito ao voto, ocupação de cargos públicos, direito ao trabalho sem discriminação de cargo e formação profissional.

Passados 110 anos, as diferenças e a discriminação continuam para muitas mulheres em âmbito laboral, seja no trabalho público ou privado. Basta observar: quantas mulheres ocupam cargos de CEO nas empresas públicas ou privadas? Quantas estão nos cargos de presidente ou de primeira-ministra no âmbito político? E se falamos em formação profissional ou científica, quantas mulheres dirigem projetos científicos de envergadura ou, por exemplo, estão a cargo da estrutura militar de seu país?

É certo que, em alguns lugares, como na Europa, foi adotado recentemente um sistema de lei que obriga as empresas públicas e privadas a manter uma cota vinculante de mulheres em seus Comitês Diretivos e Executivos, com igualdade de salário – mas, ainda assim, estamos muito longe de ter uma paridade real.
Hoje, gostaria de recordar e compartilhar o exemplo de algumas mulheres que ajudaram a transformar a nossa história, começando por Bertha Benz, esposa do inventor do automóvel, Carl Benz, que solicitou uma patente ao governo alemão em 1886 para um veículo motorizado com três rodas. Bertha foi a primeira pessoa a dirigir esse automóvel por uma longa distância, dia 5 de agosto de 1888, aos 39 anos. Ela fez isso sem contar ao seu marido e sem permissão das autoridades. Por isso, é considerada a primeira pessoa a dirigir um automóvel no mundo.

E a história de Marie Curie? Física e química polonesa, mas naturalizada francesa, Marie conduziu pesquisas pioneiras sobre radioatividade. Durante a Primeira Guerra Mundial, ela desenvolveu unidades de radiografia móvel para fornecer serviços de raio-X para hospitais de campanha. Foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel, única pessoa premiada em dois campos científicos diferentes, e também a primeira mulher a se tornar professora na Universidade de Paris.
Ainda falando em mulheres líderes de nosso tempo, gostaria de lembrar de Ana Patrícia Botin, presidente do Banco Santander, uma das maiores e mais importantes entidades financeiras do mundo.

Esperamos não precisar mais vivenciar acontecimentos tão tristes como a atual pandemia, mas o fato é que ela tem nos impulsionado à transformação e digitalização. Mais do que isso, tem adiantado o futuro em uma velocidade sem precedente para que, em breve, possamos falar e, sobretudo, atuar com igualdade de gênero.

 

* Lourdes Manzanares é conselheira da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná). É Diretora Executiva Comercial e de Marketing da Interprint do Brasil.