Indústria alemã se prepara para operar somente com hidrogênio verde

Foto: Divulgação AHK Paraná

Força tarefa exigirá investimentos de empresas e do setor público

Com a nova possibilidade de utilização do hidrogênio na geração de energia, a indústria alemã deve se neutralizar totalmente até 2045. Essa é a meta anunciada pelo governo federal. Para isso, será preciso investimentos pesados em infraestrutura, tanto por parte da iniciativa privada quanto dos órgãos públicos. O ministro federal do Meio Ambiente, Svenja Schulze (SPD), prometeu apoio, em entrevista para o Frankfurter Allgemeine Zeitung. “O governo federal não vai deixar a indústria do aço sozinha na transformação”, afirma.

Com isso, as empresas de aço entraram em uma corrida para ver quem será o primeiro a produzir “aço verde” em quantidade suficiente para a comercialização. Isso porque os seus clientes também querem surfar na onda da energia limpa. A Daimler, por exemplo, pretende descarbonizar sua cadeia de suprimentos até 2039 e obrigará seus fornecedores a produzirem sem nenhuma emissão de carbono. A Volkswagen e a BMW seguem na mesma direção. Em termos de proteção climática, seria um avanço significativo se a indústria do aço logo mudasse para o hidrogênio, já que na Alemanha, a siderurgia é responsável pela emissão anual de 40 milhões de toneladas de dióxido de carbono, o que representa cerca de 6% das emissões nacionais e quase um terço do total industrial.

No entanto, as líderes do setor negociam com o governo o aumento do prazo de adequação de 2045 para 2050. O argumento é que em um futuro próximo não será fácil obter o hidrogênio verde, que é concebido a partir da separação do hidrogênio e do oxigênio da água. O processo, chamado hidrólise, necessita ainda uma quantidade considerável de energia de fontes renováveis para acontecer. IG Metall estimou que seriam necessárias cerca de 12 mil turbinas eólicas adicionais de classe 5 megawatts para abastecer toda a indústria. O que não é insignificante, visto que o número registrado de sistemas existentes até o final de junho, segundo a Federal Wind Energy Association, é de 29.715 sistemas em terra.

Hoje, a indústria do aço depende do gás natural e seguirá assim até que a infraestrutura necessária para a aplicação do hidrogênio verde seja instalada. Algumas empresas optaram por colocar em marcha as suas produções com o gás natural, que já economiza metade das emissões. Outras apostam na estratégia de instalar novos sistemas capazes de operar com hidrogênio, gás natural e misturas de ambos os gases.

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