Luciano Farias*
A digitalização nesse contexto torna-se uma aliada na hora de aproximar as pessoas
A pandemia alterou radicalmente o cotidiano das empresas. A experiência do home office junto à digitalização, em meio à crise sanitária, mudou as culturas organizacionais e exigiu mais inteligência emocional na administração das equipes de trabalho. Liderar tornou-se um desafio ainda maior: nesse momento é preciso olhar de forma mais humanizada para os colaboradores e ter a capacidade para gerenciar a distância e conectar as pessoas.
Prestar atenção e orientar o time na fase de readequação da rotina, além de redefinir o formato de trabalho, são alguns dos desafios das lideranças na contemporaneidade. Compreender a heterogeneidade dos funcionários também – saber quais são as dificuldades individuais de cada um, a fim de estabelecer o diálogo transparente e aumentar o desempenho qualitativo da equipe.
Para manter as relações passíveis de troca de ideias e respeito, é preciso criar laços verdadeiros com as pessoas. Campanhas corporativas genéricas podem não refletir o sentimento de preocupação sincera. Manter-se atento à saúde integral do colaborador, em aspectos físicos, emocionais e psicológicos, ouvir suas necessidades e entender a velocidade de adaptação de cada um são imprescindíveis durante os momentos de crise.
Os processos mudaram e são novos para todos, portanto, gerenciar as organizações durante a pandemia exige ajustes, também, por parte das lideranças. Torna-se ainda mais necessário ser exemplo. Estar presente mesmo em home office, participar mais atentamente das reuniões on-line, incentivar e assumir as próprias ansiedades e expectativas fazem parte da dinâmica.
O fato é que a tecnologia foi acelerada com a pandemia. As agendas tornaram-se mais organizadas, as reuniões face a face ganharam agilidade e os encontros com clientes passaram a ser marcados de forma mais rápida, já que o deslocamento não é necessário.
É improvável que os planos de comunicação presenciais não façam falta na rotina de trabalho. Quando há um feedback subsequente de um comunicado feito de forma coletiva, por exemplo, é mais fácil estimular a retroalimentação da informação de forma assertiva. Mas a desburocratização de processos de comunicação e administrativos compensam as possíveis disparidades.
A gestão humanizada já era bem-vinda em grande parte das empresas focadas em transformação por meio de pessoas, e tornou-se fundamental na era da indústria 4.0. Os ambientes automatizados da revolução industrial paradoxalmente abriram espaço para a tecnologia, mas também para as particularidades do colaborador. Não é possível gerenciar os processos digitais sem a atuação humana – estrategicamente é preciso cuidar das equipes para colher os benefícios da evolução de uma organização.
Para a fase pós-pandemia, evidencia-se a continuidade do sistema híbrido. As empresas já notaram os benefícios e o esperado é que boa parte delas possibilitem que os colaboradores trabalhem de casa.
A thyssenkrupp apoia a liderança humanizada e percebe os resultados – colaboradores mais seguros, menos ansiosos e engajados nos ideais do grupo. Ter equipes em trabalho parcialmente remoto será uma opção, que segue com o foco em aprimorar as relações pessoais em período de ressignificação do desenvolvimento organizacional.
* Luciano Farias é conselheiro da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná) e CEO da thyssenkrupp Brasil – Division Steering.