São mais de duas décadas dedicadas ao setor automobilístico. Conselheiro desde 2016, ele ressalta a riqueza em ser associado da AHK Paraná. Conheça mais sobre a trajetória do engenheiro mecânico que é gestor na OKE no Brasil e na Alemanha
Estamos chegando ao fim da Série Conheça os Nossos Conselheiros e, desta vez, o entrevistado vem direto da Alemanha. Nesta edição do Acontece Câmara, você confere a trajetória profissional do conselheiro, engenheiro mecânico, diretor geral da OKE do Brasil e General Manager OKE Automotive Group, Emerson Nogueira.
Com 25 anos dedicados à indústria automobilística, o executivo é formado pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná e possui MBA em Gestão Estratégica de Empresas pela FGV. Na bagagem traz 11 anos de experiência na Faurecia, onde ocupou posições nas áreas de gestão de compras, exportação e finanças. Na OKE, são mais 11 anos de trabalho e dedicação. “Em 2009, iniciei as atividades da primeira unidade brasileira da multinacional alemã. Em 2019, fui transferido para a matriz, na Alemanha, onde assumi a gestão da principal divisão da marca, dedicada ao setor automobilístico. Também continuei respondendo como diretor geral na OKE do Brasil”, conta.
Além de ter atuado por muitos anos no Brasil na área industrial, o diretor conta que, durante a sua carreira, trabalhou três anos na Alemanha e cinco na França. “A minha formação foi voltada à indústria. Fiz estágio em empresas mundiais, como Volvo e Siemens. Durante a minha carreira, participei da instalação de novas fábricas, do desenvolvimento de negócios e fornecedores, o que permitiu construir uma visão clara sobre o movimento industrial nacional e internacional”, diz.
Sobre a evolução do setor, Emerson fala que o crescimento automotivo no Brasil vive ciclos. “O ano de 1997 foi excelente e fomentou a instalação de empresas e montadoras na região metropolitana de Curitiba, além de fornecedores que entraram no mercado para acompanhar essas empresas. Depois, tivemos crises cambiais em 1998/1999, períodos de crescimento, crises em 2009, com forte impacto na Europa, e em 2015 provocada pelo cenário político instável no Brasil. Agora, em 2020, veio a pandemia e todos os setores sentiram o impacto”, contextualiza o engenheiro.
Para ele, no Brasil, é preciso haver políticas de melhorias de infraestrutura, a fim de não travar novos investimentos: “são muitas fases vivenciadas e o grande risco brasileiro que percebemos é que, devido ao baixo investimento em infraestrutura, ocorre um processo de desindustrialização, ou seja, as empresas perdem a capacidade de produção e competitividade e passam a importar, ao invés de produzir localmente. Além disso, temos um agravante – estamos sujeitos àvariação cambial”.
Investimentos e perspectivas para 2021
Sobre questões voltadas aos investimentos, o conselheiro da AHK Paraná diz que o ambiente precisa ser favorável para que empresas internacionais possam investir no Brasil, o que passa por garantias de segurança jurídica, estabilidade política e cambial.
O conselheiro ainda relata o quanto a experiência na Alemanha tem contribuído para o seu crescimento profissional, uma vez que, no Brasil, o seu foco era voltado para o abastecimento do mercado nacional, que representa uma capacidade instalada de 5 milhões de veículos/ano, mas que hoje registra a produção de apenas 3 milhões. “Já a atuação junto à matriz possibilita uma abrangência maior, pois trabalhamos com projetos em vários países da Europa e América”, cita. Ao ser questionado sobre a perspectiva de crescimento para 2021, o executivo afirma que sua empresa continua apostando em novos investimentos. “O que perdemos em 2020 deve ser compensado de certa forma, mas acredito que não atingiremos os mesmos volumes de 2019. Porém, essa será uma recuperação consistente, o que nos dá ânimo para programar um futuro próspero”, expõe.
Relação de longo prazo com a Alemanha
“A Alemanha faz parte da minha história – isso desde que fiz um intercâmbio no período da faculdade. Desde então, mantenho o contato com a cultura alemã, exemplar em disciplina e planejamento estratégico. É uma relação de longo prazo e pretendo continuar por muitos anos em atividades que têm relação com o comércio e indústria alemãs”, afirma.
Quanto ao vínculo com a AHK Paraná, Emerson segue como conselheiro, cadeira que ocupa desde 2016, e destaca a importância da rede mundial formada pela entidade. “Para as empresas que têm interesse sério em se relacionar com o mercado alemão, a associação é indispensável. Sou parceiro e apoiador da Câmara e acredito que o networking que a entidade fomenta é de extrema relevância e qualificação. Em seus eventos participam pessoas que decidem, o que obviamente abre portas para novos negócios. Mas os benefícios da entidade são percebidos se o associado participa ativamente. Essa conexão possibilita uma troca rica de informações sobre temas da indústria como a automação, transformação digital, meio ambiente, questões trabalhistas e tributárias”, pontua. A contribuição do conselheiro, que atualmente reside em Osnabrück, no estado de Niedersachsen – terra natal do diretor da AHK Paraná, Andreas Hoffrichter – também é passar a sua visão dos acontecimentos que são vivenciados na Alemanha.