A personalização dos atendimentos virtuais

Foto: SHUTTERSTOCK

Corporações têm adotado a Inteligência Artificial (IA) para tornar os assistentes mais eficientes, automatizar rotinas e baratear soluções

De acordo com uma pesquisa da Ilumeo, consultoria de Data Science, com 1.100 entrevistados, 48% utilizam algum tipo de assistente virtual semanalmente; enquanto 84% consideram o serviço de voz bem mais prático e rápido do que digitar um comando. Os números evidenciam o crescente destaque que o uso deste tipo de tecnologia tem ganhado no dia a dia das pessoas. Com investimento pesado em Inteligência Artificial e Big Data, os desenvolvedores conseguem tornar os atendimentos mais eficientes, automatizar rotinas e baratear soluções.

É o caso do Bradesco, cuja assistente virtual é a BIA – criada para auxiliar nas demandas de assuntos financeiros, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Sua Inteligência Artificial foi programada para tirar dúvidas, saber a cotação do dólar, fazer transações, consultar saldo, pagar contas via boleto, verificar extratos, faturas pendentes, entre outros dados das contas dos clientes.

O projeto feito em conjunto com a IBM foi desenvolvido em 2014, porém a primeira etapa foi implementada em 2016. Durante esse período, os funcionários testaram a ferramenta com o objetivo de entregar o máximo de respostas rápidas e precisas sobre as soluções do banco.

O nome BIA é um acrônimo de Bradesco Inteligência Artificial. O chatbot foi criado a partir da plataforma de computação cognitiva Watson, simples e intuitiva, que funciona com base no comportamento do usuário. Isso permite uma postura mais natural com a resposta aos comandos recebidos e prova que é possível inovar, sem deixar de lado a empatia. Além disso, o cliente também pode acessá-la via WhatsApp, aumentando a oferta de canais de interações com o banco.

A conexão dos assistentes virtuais com o usuário tem se estendido a níveis cada vez mais profundos, podendo até mesmo se tornar importantes aliados na prevenção de doenças. A Alexa, assistente virtual da Amazon, ganhou uma adaptação voltada para despertar a atenção das pessoas sobre doenças mentais, incluindo a Síndrome de Burnout. Isto é fruto de uma parceria com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). As respostas padrão foram criadas em cima de perguntas corriqueiras.

Toda vez que alguma pessoa acionava a assistente virtual perguntando: “Alexa, tudo bem?”, a resposta recebida era questionadora: “Oi… ah, tudo bem. Sei lá, acho que, sim, tô bem. Na verdade, estou bem, sim. E você, já se perguntou como você está? Porque em tempos de home-office, nem sempre a gente presta atenção, mas desânimo e cansaço constante podem ser sintomas da Síndrome de Burnout. Se quiser saber mais sobre isso, me pergunte o que é a Síndrome de Burnout”.

A Bosch Building Technologies, divisão de negócios do grupo Bosch, lançou recentemente no mercado as câmeras da série Flexidome IP starlight 8000i X, que combinam Inteligência Artificial com a qualidade de imagem aprimorada para cenas com pouca iluminação e objetos em movimento rápido. Por meio do recurso de Análise de Vídeo Inteligente Bosch (IVA) e o Camera Trainer é possível oferecer um melhor suporte a soluções preditivas, antecipando imprevistos aos usuários.

Guiada pelo objetivo de desenvolver tecnologias que facilitem a vida das pessoas e das empresas, a Bosch tem uma abordagem holística de segurança de AIoT – junção da Inteligência Artificial com a Internet das Coisas – que leva em consideração todo o ciclo de vida das soluções e produtos, incluindo processos, requisitos organizacionais e tecnologias aplicadas. Por isso, a marca oferece tecnologias que modificam o modo como as pessoas interagem com o mundo a sua volta e inclui a segurança cibernética no desenvolvimento de soluções para os setores que atua, seja na indústria, na logística, no agronegócio, na mobilidade e até mesmo em casa.

Para que haja confiança nesses produtos e soluções, a Bosch acredita que os fornecedores de tecnologia precisam trabalhar juntos para estabelecer um alto padrão de segurança e privacidade na Inteligência Artificial das Coisas. As soluções de AIoT da empresa têm um ciclo de vida de segurança definido juntamente com uma governança de privacidade apropriada, a fim de liberar os benefícios dessas novas tecnologias.

A BMW, por sua vez, utiliza a Inteligência Artificial para atualizar as funcionalidades dos carros, entre outras tantas aplicações. A conexão neste caso é também com a Alexa da Amazon. A tecnologia permite que o motorista interaja por voz com a plataforma, sendo possível pedir uma música, avisar compromissos e, até mesmo, receber notícias. Segundo Roberto Carvalho, Diretor Comercial da marca no Brasil, a montadora é a primeira do segmento com produtos habilitados mundialmente para a tecnologia 5G. “A chamada Internet das Coisas será uma nova revolução. Estamos prontos para uma nova era, em que sistemas aprenderão, cada vez mais, a interagir de forma especial com os clientes”.

De acordo com o diretor, a BMW é pioneira em ter uma gama de veículos com atualização remota de software, trazendo diversas vantagens aos clientes. “Estamos na frente entre os fabricantes com produtos habilitados mundialmente para a tecnologia 5G, como é o caso do novo BMW iX. Cada vez mais os sistemas aprenderão com nossos hábitos e irão interagir com os clientes. A Inteligência Artificial é justamente a tecnologia por trás de muitos dispositivos que, para funcionar, necessita transmitir muitos dados. É a IA que vai permitir que as aplicações aprendam, raciocinem e processem informações como humanos. E este é o ponto de partida para a direção autônoma total”, finalizou.

*Essa matéria foi publicada originalmente na Revista BrasilAlemanha de Inovação 2021. Para conferir este e outros textos na íntegra, faça o download da publicação aqui.