Interação Homem-Máquina: tecnologias se mostram cada vez mais presentes no cotidiano

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Cenas que antes se limitavam aos filmes de ficção científica há tempo já fazem parte do cotidiano do cidadão comum. Carros sem condutor, drones e robôs que executam tarefas complexas de forma autônoma não apenas já são realidade, como crescem em quantidade e qualidade – especialmente no ambiente industrial.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente 85 mil robôs já estão atuando dentro de empresas. E este número só tende a crescer na próxima década graças às possibilidades de aumento de produção, eficácia e segurança.

A Festo, empresa alemã especializada em produtos e serviços para controle e automação industrial de pneumáticos e eletrônicos, trabalha intensamente com a ajuda de máquinas para o aperfeiçoamento de novas experiências no ramo da saúde e da medicina. A empresa tem duas principais inovações com máquinas: O BionicWorkplace que é um local de autoaprendizagem com inteligência artificial para colaboração entre homens e robôs, no qual um robô colaborativo baseado com tecnologia pneumática – isso significa um equipamento extremamente leve – pode ser aplicado em um local onde pessoas podem trabalhar juntos de maneira segura. Já a BionicSoftHand é uma mão biônica pneumática que utiliza inteligência artificial, na qual se beneficia do método aprendizado por reforço. Isso significa que, em vez de imitar uma ação concreta, a mão recebe apenas um objetivo. Ele tenta conseguir isso por meio de tentativa e erro. Com base no feedback positivo e negativo recebido, a mão otimiza gradualmente suas ações até finalmente resolver a tarefa com êxito.

No segmento de automação industrial pneumática, a empresa desenvolve projetos junto a universidades, institutos e empresas apresentando avanços em equipamentos tecnológicos para integrar as pessoas com seus trabalhos cotidianos. Desenvolvendo soluções inovadoras para diferentes vertentes, a empresa lançou recentemente o seu serviço de IIOT (industrial internet of things), uma plataforma de inteligência operacional, na qual consegue transformar dados de automação em informação significante para a gestão de produção e manutenção.

Para Nicollas Prada de Araújo, Head of Digital Business & Services da Festo, está claro que a interação entre homem e máquina já é uma realidade dentro das empresas e essa tendência deve se expandir nos próximos anos. O elemento humano, contudo, continua sendo a peça chave neste processo. Afinal, a tecnologia é um produto humano. São os agentes humanos, de modo individual ou coletivo, que contribuem com o avanço dos processos tecnológicos. “Com as novas tecnologias e a digitalização, as empresas devem se beneficiar cada vez mais e de forma rápida dessa interação entre homem e máquina. Por exemplo, o big data sozinho não é mais suficiente, mas as informações já analisadas se tornam fundamentais para empresas, obtendo operações mais eficientes e sustentáveis. Assim, as pessoas são a parte mais importante, pois partem delas as necessidades”.

Segundo pesquisa do IBGE, estima-se que no Brasil existem mais de 45 milhões de pessoas que sofrem de algum tipo de deficiência física. O número representa quase 25% da população total do País e destaca a importância do investimento em pesquisas e projetos de melhoria para infraestrutura e mobilidade, uma vez que a a maioria das cidades brasileiras não está preparada para a inclusão dos portadores de deficiência na sociedade.

O papel da tecnologia como agente de inclusão não se limita, contudo, a infraestrutura. Em alguns casos, a interação homem-máquina pode ser literalmente sentida na pele. Mais do que recuperar a autoestima ou permitir melhor conforto e mobilidade, as tecnologias empregadas na fabricação de próteses e órteses são o carro chefe para a inclusão social. “Estamos desenvolvendo o sistema Myo Plus aqui no Brasil, uma tecnologia diferente que capta os padrões de movimentos da mão da pessoa. Com isso, o paciente tem maior facilidade de usar a prótese, porque ela já reconhece os movimentos naturais. Na área de membros inferiores, o lançamento é o joelho “Kenevo”, destinado para pacientes com uma menor mobilidade. Todos os joelhos eletrônicos da Ottobock são extremamente seguros, são os únicos que têm o padrão de segurança dele na área de apoio. O objetivo das próteses é devolver a autonomia com segurança e conforto”, afirma Leonardo Ferreira, Supervisor Técnico da Ottobock, empresa alemã no Brasil há mais de 40 anos e líder no mercado de próteses e órteses.

Esse conteúdo foi originalmente publicado na edição de 2019 da revista BrasilAlemanha de Inovação. Para acesso ao conteúdo na íntegra, clique no link para essa e outras edições: https://www.ahkbrasilien.com.br/publicacoes/revista-brasilalemanha