Sobreviventes da Alemanha nazista são convidados para evento do Colégio Humboldt

Foto: Divulgação Colégio Humboldt

Na última quarta-feira (09), Colégio Humboldt, instituição bilíngue e multicultural (português/alemão) localizada em Interlagos (SP), recebeu dois sobreviventes da Alemanha nazista, Margot Rotstein e Stefan Lippmann, no evento Tag der Geschichte (Dia da História), para marcar a data histórica de reunificação do país para os alemães e para o resto do mundo. Organizado por Ronny Möller, professor de História e Educação Física (disciplinas ministradas em alemão), o encontro abordou com os alunos do Ensino Médio assuntos como a Noite de Cristal, Hitler-Ludendorff-Putsch 1923 (Golpe de Estado), queda do muro de Berlim e a proclamação da Primeira República na Alemanha em 1918. O bate-papo com os convidados será no Teatro do Colégio e contará com a presença de autoridades do Consulado alemão.

Ainda, houve uma premiação aos estudantes que participaram do concurso “DenkMalNach”, um monumento interativo em formato de ampulheta construído nas dependências do Colégio que lembra o passado totalitarista e celebra a liberdade e a democracia.

De acordo com o professor Ronny Möller, que esteve diretamente envolvido na construção do monumento do Colégio, o conceito do memorial permite a reflexão sobre outros temas relacionados como o da ditadura RDA (República Democrática Alemã) e o da ditadura civil-militar no Brasil em outros subprojetos. Além disso, o monumento pode ser usado de várias formas durante as aulas regulares, e não apenas para história, ética, arte ou alemão. “O projeto oferece à escola uma grande oportunidade de adotar uma posição clara sobre questões presentes do mundo contemporâneo e, talvez assim, criar algo que possa até proporcionar um alcance que supere os muros da escola”.

Nascida em Berlim, Margot Bina Rotstein, hoje com 91 anos, vivenciou o acontecimento da “Noite dos Cristais”, um ataque violento realizado pelo governo alemão contra a população judia que residia no país, o qual deu início ao encarceramento de judeus em campos de concentração.

“Não soubemos pessoalmente das amarguras, dores e tragédias dos campos de concentração, porém, tenho como objetivo, jamais deixar que esta página da recente história, seja apagada, renegada e muito menos esquecida”, finaliza Margot Bina Rotstein.