O número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil chegou a 160 milhões em todo o mundo – nos últimos quatro anos, de 2016 a 2020, houve um aumento de 8,4 milhões de meninas e meninos neste cenário. Além deles, outros 8,9 milhões correm o risco de ingressar nessa situação até 2022 devido aos impactos da Covid-19, segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Diante de um quadro tão alarmante, a Aldeias Infantis SOS, a OIT, o UNICEF e a Plan Internacional se reuniram em uma live para discutir estratégias de combate ao trabalho infantil. Realizado pela Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem do Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão – 16ª Região, o debate contou com a presença dos especialistas: Francisco Santiago Júnior, Coordenador Programático da Aldeias Infantis SOS; Erik Ferraz, Oficial de Projetos da OIT; Ofélia Ferreira da Silva, Chefe do Escritório do UNICEF no Maranhão; e Flávio Debique, Gerente Nacional de Programas da Plan Internacional Brasil.
Uma a cada dez crianças no mundo está sendo submetida ao trabalho infantil, atualmente. Com a pandemia, muitas crianças estão sem acesso à escola. “Quando crianças e adolescentes não frequentam a escola, eles estão sendo prejudicados em seu crescimento pessoal e profissional, oportunidades de trabalho e renda são impactadas”, ressaltou Erik Ferraz. “Com a crise sanitária, houve uma perda em massa de empregos e fontes de renda, o que resulta em um número muito maior de crianças obrigadas a trabalhar, pois se torna uma questão de sobrevivência para elas e suas famílias.”, destacou.
Diante de um cenário desesperador para famílias em situação de vulnerabilidade, como proteger as crianças e seus direitos? Francisco Santiago Júnior, Coordenador Programático da Aldeias Infantis SOS, destacou que as parcerias nacionais e internacionais cultivadas pela instituição têm um grande impacto no desenvolvimento de nossos projetos e, consequentemente, no combate e na prevenção ao trabalho infantil. Francisco também ressaltou a importância da articulação entre a sociedade civil, ONGs e atores governamentais para defender os direitos das crianças e adolescentes.
“O compromisso da nossa organização é promover espaços de proteção, atuando por meio da nossa Promessa de Cuidado e garantindo que cada criança tenha um lar protetor, com oportunidades para seu futuro. Por isso, trabalhamos também com suas famílias, fortalecendo seus laços afetivos e orientando-as quanto à proteção de seus filhos. As crianças não podem ser afastadas de seu convívio familiar e comunitário devido ao trabalho infantil, isso traz inúmeros danos ao seu desenvolvimento”, disse.
O debate pode ser conferido na íntegra aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Eb3oyJ9uNOQ