Em palestra realizada na última quarta-feira (14), o Banco Santander, mais novo associado da Câmara Brasil-Alemanha (AHK São Paulo), propôs um debate sobre o atual panorama político do Brasil e os impactos do acordo entre a União Europeia e o Mercosul.
Em seu discurso de abertura, Vanessa Basseto, Diretora Geral de Multinacionais do Santander no Brasil, destacou a satisfação na nova associação. “Para nós é um grande prazer ter essa aproximação com a Câmara Brasil-Alemanha. Temos uma unidade do banco na Alemanha e somos a maior empresa de consuming finances no país”, afirmou.
Tema do encontro, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, é visto com otimismo pelos executivos do banco. Após vinte anos de negociação, o Mercosul e a União Europeia selaram, no dia 28 de junho, um acordo de livre comércio entre os dois blocos. O pacto é um marco histórico no relacionamento entre os dois blocos, que representam, juntos, cerca de 25% do PIB mundial e um mercado de 780 milhões de pessoas.
Para Jankiel Santos, Economista Sênior do Santander Brasil, a expectativa é de que além do crescimento das vendas, a participação do Brasil no mercado exterior também aumente. “A importância do acordo não é só pelo fato de conseguir vender mais. Atualmente, 24% das exportações brasileiras têm facilidade, a expectativa com o acordo é que este número suba para quase 100%. Isso não quer dizer, é claro, que será tarifa zero em tudo”, completou o economista.
Durante a palestra, Fernando Pierri, Head de Global Trade Services (GTS) no Banco Santander Brasil, destacou que os acordos comerciais podem trazer novos investimentos econômicos e uma outra dinâmica de competitividade ao País. ”O Brasil vai começar a fazer parte de um acesso ao mercado europeu do qual, hoje, alguns países ainda não participam. Esse acordo é muito importante!”, afirmou Pierri, completando que será necessário analisar a competitividade do produto brasileiro, além das barreiras tarifárias, que são importantes para garantir a relevância no mercado.
Já no âmbito da Reforma da Previdência, Jankiel ressaltou que, apesar da aprovação da reforma, a situação econômica do País ainda continuará no vermelho por mais alguns anos. ”O Brasil só vai se equilibrar em meados de 2023. O efeito da reforma da Previdência, assim como os primeiros passos do Acordo Comercial, é muito mais de médio e longo prazo. Contudo, se não começarmos a tratar agora, não chegará ao longo prazo”, completou.