A Copa do Mundo deve impulsionar a venda de cervejas, destilados, petiscos e carnes no Brasil, mas a grande novidade será o aumento no percentual de uso de canais e plataformas digitais. Do lado digital, onde o consumo é realizado mais por impulso ou por conveniência, aplicativos de entrega ultrarrápida serão os protagonistas nos grandes centros. Já as compras planejadas terão seu grande foco nos atacarejos, que conquistarão cada vez mais espaço nas escolhas dos consumidores brasileiros devido a sua oferta de grandes volumes a preços bem mais vantajosos. No caso dos alimentos, em função da inflação atual, há tendência de aumento no consumo proporcional de frangos e suínos para churrascos, na comparação com carnes vermelhas, além de petiscos para acompanhar os jogos. Essa é a avaliação da KPMG, conduzida a partir de dados de mercado, setor e comportamento dos consumidores.
“O ano de 2022 não tem sido tão favorável para os segmentos de varejo e fabricantes de bens de consumo, em decorrência de inflação, crédito escasso, juros altos e câmbio desfavorável. Mesmo se tivermos aumento de faturamento com a alta de preços, o mesmo não ocorre com o volume de vendas. Ainda assim, já observamos uma redução importante da inflação e a Copa do Mundo contribui para elevar as expectativas positivas para o setor. Ou seja, há um cenário de confiança para o crescimento nas vendas do varejo e dos fabricantes nos próximos meses, reforçado pela confirmação de um novo governo em 2023”, afirma Fernando Gambôa, Sócio-Líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul.
Em Minas Gerais, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima impacto positivo de R$ 141 milhões no varejo estadual, aumento nominal de 12,9% na comparação com a edição anterior do evento, em 2018. No ranking nacional, Minas está na segunda colocação, atingindo previsão de 9,5% da receita nacional, atrás somente de São Paulo, com 34,9%. A projeção da CNC é que ocorra uma alta de R$ 1,48 bilhão no faturamento do comércio varejista nacional considerando vendas antes e durante a Copa do Mundo.
“Estamos observando sinais importantes de retomada da economia, com recuperação de empregos e relativa deflação decorrente da redução de preços de combustíveis. O cenário até o fim do ano, incluindo os impactos positivos da Copa do Mundo, é de maior confiança e retomada das atividades. A maioria das pessoas quer se reunir para acompanhar os jogos, seja em casa, com amigos, familiares, ou em bares e restaurantes. Portanto, a expectativa é de aquecimento da economia estadual”, afirma Ray Souza, Sócio de Mercados da KPMG no Brasil e Líder Regional em Minas Gerais.
A expectativa de aquecimento da economia em Minas também ficou evidente na pesquisa “Opinião do Comércio Varejista – Copa do Mundo 2022”, da Fecomércio MG. De acordo com a publicação, 43% das empresas do comércio estadual consideram que serão impactadas por este evento. Outro dado relevante é que, para atrair clientes, a maioria investirá em divulgações e propagandas. Os varejistas consideram que os gastos médios dos consumidores serão de R$ 50 a R$ 100 (23%) e de R$ 100 a R$ 250 (15,8%).