O futuro da mobilidade se mostra cada vez mais inteligente e eletrificado. No Brasil, há hoje uma frota de mais de 45 mil automóveis eletrificados, desses cerca de 2.400 são totalmente elétricos, e a tendência é que este número aumente gradativamente nos próximos anos. A Bosch, a fim de ir além das soluções de propulsão, também desenvolve tecnologias para o gerenciamento térmico e sistemas de frenagem eficientes que visam garantir o máximo desempenho dos veículos elétricos.
Nestes veículos, a lógica do sistema de freio muda em um aspecto: o auxílio gerado pelo vácuo do motor a combustão não acontece na propulsão elétrica. Por isso, a Bosch criou o iBooster, um componente eletromecânico desenvolvimento principalmente para aplicações em veículos elétricos, que amplia a força de frenagem e dispensa o uso da bomba de vácuo. Por conta disso, esta tecnologia aumenta a eficiência da frenagem e, consequentemente, potencializa a capacidade de regeneração da energia elétrica.
Esta tecnologia é capaz de realizar um balanceamento entre o uso da frenagem regenerativa e a fricção, o que amplia a autonomia elétrica do veículo. Além de ajudar a recarregar a bateria, a frenagem regenerativa reduz o desgaste das lonas, pastilhas e discos de freio.
Gestão térmica inteligente
Outro ponto essencial para o bom funcionamento do carro elétrico é a gestão de temperatura dos diversos componentes do sistema, incluindo o motor elétrico. Afinal, quando a temperatura está muito baixa, a autonomia é comprometida e, caso esteja muito alta, pode reduzir a vida útil da bateria. “O compressor elétrico do ar condicionado, que equilibra a temperatura da cabine do carro, consome energia da bateria. Por isso, o fluxo de ar deve ser feito de maneira eficiente”, afirma Mathias Schelp, gerente da unidade de Sistemas Térmicos da divisão Electrical Drives da Bosch.
Para equilibrar esta temperatura, a Bosch desenvolveu um sistema de gerenciamento térmico que combina diversos itens: bombas d’água, válvulas elétricas, motores de arrefecimento e ventilação na integração com os sistemas térmicos (radiadores, compressores elétricos e bombas de calor). Este sistema, a partir do fluido refrigerante do veículo, coleta calor e frio, distribuindo-os aos pontos necessários sem sacrificar a bateria. “Para a bateria, o ideal é alcançar temperaturas entre 15°C e 30°C. Ou seja, o sistema precisa desta inteligência para identificar a temperatura ideal de cada item e distribuir na quantidade correta”, complementa.
A tecnologia é capaz de alterar configuração para atender às estações do ano, realizando a gestão térmica de todo o sistema e preparando o veículo para picos de temperatura, que exige mais energia da bateria. A depender das condições externas do ambiente, o uso de tecnologias de gestão térmica e recuperação de calor podem aumentar a autonomia da bateria em até 33%.
Além de controlar o resfriamento e aquecimento, o sistema de gerenciamento térmico ainda consegue ajustar o desempenho do carro, optando pelo modo ecológico (econômico) ou esportivo. “O usuário tem a possibilidade, por exemplo, de agendar um pré-aquecimento antes de utilizar o carro”, acrescenta Schelp. “Estas soluções inteligentes exemplificam como a Bosch utiliza seu know-how para desenvolver soluções a fim de aprimorar a experiência do usuário com o carro do futuro, aproximando o veículo elétrico a um smartphone, por exemplo”, finaliza.