Hospital Alemão Oswaldo Cruz e InCor desenvolvem material para correção cirúrgica de Pectus Excavatum

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O Hospital Alemão Oswaldo Cruz participa de projeto de pesquisa desenvolvido na Divisão de Cirurgia Torácica do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), chefiada pelo Prof. Paulo M. Pego Fernandes, com apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) da empresa de tecnologia médica Traumec, que desenvolveu novo material cirúrgico que amplia as possibilidades da cirurgia minimamente invasiva para a correção dopectus excavatum (PE). O PE é uma má-formação no crescimento das cartilagens do tórax que provoca deformação na caixa torácica e que impacta 1,2% da população e pode afetar órgãos, como o coração e os pulmões, a autoestima e a qualidade de vida dos pacientes.

De acordo com o Dr. Miguel Tedde, cirurgião torácico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e do InCor e coordenador do projeto de pesquisa, o reparo minimante invasivo dopectus excavatum depende de se implantar próteses (barras metálicas) no tórax do paciente para corrigir a posição do osso esterno e das cartilagens. Até então, o material disponível era importado e não era adequado para quando se necessitava de mais de uma barra. “O novo material, desenvolvido por indústria nacional, além de permitir a utilização de uma ou mais barras metálicas, de acordo com a necessidade de cada paciente, tem um sistema de fixação que torna o procedimento muito mais seguro”, afirma.

Esse novo material, implantado com sucesso em 50 cirurgias realizadas no InCor durante o desenvolvimento do projeto de pesquisa, já recebeu aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Assim, já estão sendo realizadas cirurgias em pacientes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, e em outros hospitais, uma vez que a tecnologia está disponível para todo o país.

Segundo o cirurgião, há outras vantagens. Na primeira fase do estudo, o tempo de internação pós-cirurgia que era de sete dias passou para cinco. Já na segunda fase de trabalho, passou para quatro dias. “Casos que só poderiam ser tratados por cirurgia aberta, agora, podem ser corrigidos por meio da videotoracoscopia, com melhora da correção anatômica, menor tempo de internação e uma recuperação mais rápida”, assegura.

Outro ponto importante é que a parceria na pesquisa entre centros de excelência público e privado, como o Hospital Alemão Oswaldo Cruz e o InCor, com a indústria médica nacional possibilitaram que um produto desenvolvido em nosso meio possa substituir com vantagens um produto importado.