Brasil, Chile e Argentina foram os três países sul-americanos entre os 25 com melhor desempenho na corrida para o Net Zero, com base no progresso até o momento e nas iniciativas estabelecidas. O Brasil (18º), quando comparado com o trio, ficou em segundo lugar, atrás do Chile (16º) por duas posições e na frente da Argentina (22º) por quatro. O resultado é um recorte da América do Sul do estudo global realizado pela KPMG “Net Zero Readiness Index (NZRI) 2021” em que foram comparados os progressos de 32 países e territórios na redução de gases de efeito estufa (GEE).
A Sócia-diretora líder de ESG da KPMG na América do Sul e da KPMG IMPACT, Juanita López, comenta que em um contexto pós-COP26 (26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), tais análises são bastante relevantes. “Os países se comprometeram a fortalecer compromissos nacionais com as diretrizes do Acordo de Paris até o final de 2022 e, de divulgar antes da próxima edição da conferência, a atualização das metas climáticas e estratégias de longo prazo. Cumprir com esses objetivos exigirá o trabalho colaborativo entre governos e todos os setores da sociedade civil, principalmente do setor privado, que tem um papel fundamental para que que os países alcancem a meta estabelecida”, discorre.
A ambição do Brasil é zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050
Durante a COP-26, o país anunciou novas metas para redução dos gases de efeito estufa, comprometendo-se com uma redução de emissões líquidas de 50% até 2030 e neutralidade de carbono até 2050. O Brasil utiliza extensivamente a energia hidrelétrica para gerar eletricidade e está desenvolvendo outras fontes de energia renováveis, como solar, eólica e biocombustíveis.
O Chile empenha-se, cada vez mais, em incentivar a adoção de veículos elétricos
Segundo o estudo, a principal estratégia chilena tem sido a descarbonização das fontes geradoras de eletricidade. As vantagens do país para a diminuição dos poluentes estão na abundância de recursos solares e nos investimentos em tecnologias verdes. De acordo com previsões do Ministério do Meio Ambiente, tais esforços para cumprir a meta de zero emissão líquida criam oportunidades de investimento entre 27 e 49 bilhões de dólares até 2050.
A Argentina visa uma transição energética para opções renováveis até 2030
Como um dos principais exportadores de carne bovina, o relatório apontou que o governo argentino se comprometeu a zerar o desmatamento líquido até 2030. Além disso, se propôs a reduzir as emissões de carbono até 2030 – esse é um limite 25% abaixo da meta anterior, que havia sido definida em 2016.
“O Brasil está trabalhando para diversificar suas fontes de energia verde, considerando a dificuldade de expansão das soluções hidrelétricas de grande porte pela enorme necessidade de terras dos reservatórios de hidrelétricas e a falta de confiabilidade nas estações secas”, analisa o Sócio-líder de energia e recursos naturais da KPMG na América do Sul, Manuel Fernandes. “Os três países têm vastos recursos naturais para a produção de energia a partir de fontes renováveis e sustentáveis. Também não lhes falta conhecimento e acesso às tecnologias que permitiriam colocar em prática planos ambiciosos de transição energética. Porém, ainda que em diferentes graus, ambos enfrentam a falta de mecanismos eficientes de controle”, conclui o líder.
Sobre a pesquisa
Na pesquisa principal, foram analisados 103 indicadores que os estudiosos consideram fundamentais para alcançar a meta de zero emissão líquida dos poluentes. Além disso, pesquisadores avaliaram o que os países têm feito para reduzir as emissões, o que preparam para o futuro e aferiram as perspectivas para se alcançar a emissão zero de GEEs até 2050. Para saber mais, acesse o link.