A última edição da pesquisa da KPMG “Panorama global de mineração e metais 2023” enfatizou que 34% das empresas da indústria começaram a integrar os objetivos ambientais, sociais e de governança (ESG, em inglês) e emissão líquida zero de gases de efeito estufa à estratégia empresarial de longo prazo. Somente 28% já realizaram esse trabalho de integração. Essas são algumas das principais conclusões do estudo que ouviu 400 executivos do setor no mundo, inclusive do Brasil.
Com relação ao setor de mineração e metais estar confiante de que consegue conciliar o crescimento rápido da produção com as metas de sustentabilidade, o levantamento mostrou que a relação entre otimistas e pessimistas é de quatro para um. Mas há uma diferença entre os produtores de metais críticos para a transição energética. Eles incluem fornecedores de alumínio, cobalto, cobre, grafite, lítio, manganês e níquel. A maioria deles também confia em crescer rapidamente de maneira sustentável, mas a taxa é muito mais estreita: de 37% a 64%. Segundo o estudo, uma das razões pelas quais os executivos estão confiantes a respeito do futuro é que eles consideram os planos de descarbonização como fonte de lucro e não simplesmente um custo de fazer negócios.
“O setor global de metais está lutando para cumprir os compromissos de descarbonização ao mesmo tempo em que investe pesadamente em tecnologias que levarão as empresas a um novo patamar ambiental. O alcance das metas de emissões líquidas de carbono zero até 2040 ou 2050 pode parecer um longo caminho, mas agora é o momento de integrar essas ambições à estratégia empresarial”, afirma o Sócio-Diretor de ESG da KPMG, André Winter.
A pesquisa mostrou que o aumento da eficiência no consumo de energia é a prioridade mais alta para enfrentar os desafios ambientais do processamento da mineração e dos metais. Já com relação ao impacto social, os executivos consideram que é fundamental fornecer aos trabalhadores serviços de saúde, licença remunerada e benefícios de aposentadoria.
Além disso, o levantamento apontou que a medida mais eficaz para ajudar as empresas a atingir os objetivos ESG é assegurar que a liderança e o conselho de administração estejam comprometidos com esses objetivos. Um dos principais fatores que impulsionam as mudanças que caracterizam essa nova fase da indústria de mineração e metais foi a introdução de novas tecnologias e inovações. As mudanças tecnológicas são vistas como o fator mais importante que afeta as projeções de demanda de cinco anos dos executivos.
Com relação aos riscos para as operações, uma fiscalização mais dura do governo sobre as questões ESG e o desempenho líquido zero foi considerada como principal risco nos próximos cinco anos por 50% dos entrevistados. Por outro lado, cerca de 25% deles dizem que o risco direto das mudanças climáticas é o mais significativo para as operações.
“A indústria global de mineração sabe que há uma grande quantidade de trabalho pela frente para atingir as emissões líquidas zero de gás carbônico e que o tempo é essencial. O rápido progresso que as mineradoras já estão fazendo para isso está estimulando-as a investir mais nos esforços de descarbonização. Esse processo está redesenhando o mapa da indústria já que o setor precisa mudar os modelos de negócio em direção a um ambiente novo que reflita o custo real da redução do carbono”, finaliza o Sócio Líder de Mineração da KPMG, Ricardo Marques.
Segue aqui o link para acesso ao relatório Do Panorama Global de Mineração e Metais de 2023