No dia 15 de maio, a Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo) realizou, em conjunto com a Iniciativa Empresarial pela Equidade Racial, a 3ª edição do Fórum Brasil-Alemanha de Diversidade e Inclusão. O evento contou ainda com o apoio institucional da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Reunindo líderes das áreas de RH, diversidade e inclusão, o evento promoveu uma manhã de debates, networking e troca de experiências.
Em sua fala de abertura, Raphael Vicente, Diretor Geral da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, relembrou a importância de ampliar a discussão sobre equidade em todas as esferas da sociedade, especialmente no âmbito empresarial. “Estamos promovendo este encontro na semana do Dia da Abolição da Escravatura (13 de maio). Apenas 136 anos nos separam da assinatura da lei. Por isso, é extremamente importante trazer essa pauta para o cenário corporativo, para que cada vez mais empresas mudem suas culturas apontando para diversidade e inclusão e assumindo um compromisso público, liderado pela alta liderança”, ressaltou Vicente.
Barbara Konner, Vice-Presidente Executiva da AHK São Paulo, também discursou sobre a importância de criar um ambiente seguro para todos dentro das empresas. “O impacto na vida de nossas colaboradoras e colaboradores devem ser real. Criar um ambiente seguro e uma cultura organizacional que abrace a diversidade é essencial para a sobrevivência de uma empresa – mas ainda mais importante que isso – é essencial para o bem-estar de nossa sociedade.”
Adriana Silva da Costa, Managing Director da Siemens Healthineers, Cesar Almeida, Managing Director e CEO Brazil da Phoenix Contact, e Rogério Baldauf, Managing Director da Schmersal Brasil, compuseram o primeiro painel do evento e compartilharam com os participantes suas percepções sobre o papel da alta liderança no fortalecimento da cultura inclusiva nas empresas.
Questionados sobre o primeiro passo para o engajamento da alta liderança no tema, os painelistas foram unânimes: letramento. “O letramento é essencial. Se começarmos as ações afirmativas sem promover o aprendizado, as pessoas podem não entender o porquê das mudanças. É necessário compartilhar contexto histórico”, afirmou Cesar Almeida.
Para Adriana Costa, após a conscientização, é natural que a pauta de equidade seja incorporada à estratégia da empresa. “É importante ter um olhar segmentado, porque as dificuldades e desafios não são únicos. Os líderes precisam puxar para si essa responsabilidade para tornar os planos em ações concretas. Diversidade e inclusão também se trabalham com metas.”
Rogério Baldauf completou que o investimento na diversidade é um dos pontos mais importantes da pauta e que, sem ele, é difícil avançar verdadeiramente no tema. “A inclusão é um investimento, não um gasto. A exigência do inglês para trabalhar, por exemplo, já é um grande excludente das vagas. É nosso dever investir nos colaboradores para poder ter uma empresa realmente inclusiva.”
O segundo painel do dia foi formado por Leandro Camilo, Sócio e Membro do Conselho Global de Inclusão e Diversidade na PwC, Luciana Teles, Gerente Executiva de RH e ESH na Continental, e Lívia Simões, Vice-presidente de Pessoas e Cultura e Board Member na Volkswagen Caminhões e Ônibus, que debateram sobre como recrutamento e retenção podem ser utilizados como estratégias de diversidade e inclusão.
Durante a discussão, os painelistas concordaram que não é possível criar um ambiente inclusivo sem a presença de três pilares: o engajamento da liderança, investimentos e o letramento de todos os colaboradores.
Além dos três pilares mencionados, Leandro Camilo enfatizou a importância do respeito dentro das instituições. “A inclusão não é sobre a quantidade de pessoas diversas ou não normativas dentro da empresa, mas sim sobre como conseguimos criar um ambiente que respeite e valorize todos os colaboradores.”
Luciana Teles reforçou a necessidade de engajamento dos colaboradores, em particular da média liderança. “Todo o ecossistema da empresa precisa estar preparado para que o tema possa ser tratado com a seriedade que merece. Não somente a alta liderança precisa estar engajada, mas a média liderança também. É a média liderança que possui mais impacto nas decisões de contratação.”
Levando a pauta de diversidade e inclusão para fora das empresas, Lívia Simões pontuou a importância de promover a formação e desenvolvimento, de soft e hard skills, de pessoas que vivem em comunidades próximas à empresa. “A educação é um pilar fundamental para maximizar as ações de diversidade e inclusão.”
Durante o fórum foi realizada também a entrega do reconhecimento de Melhores Empresas em Práticas e Ações da Diversidade. Organizado pela Iniciativa Empresarial pela Equidade Racial, o reconhecimento anual visa destacar práticas antirracistas e de promoção da diversidade nas empresas do Brasil.
Celebrando a implantação de práticas concretas de diversidade, o reconhecimento sensibiliza gestores, funcionários, consumidores, investidores e a imprensa para a importância da diversidade e enfrentamento do racismo.
Ao longo do evento, o Programa de Apoio para a Recolocação de Refugiados (PARR) contou com uma mesa expositiva para apresentar a iniciativa e tirar dúvidas dos participantes sobre o processo de contratação de refugiados. Criado em 2011 pela EMDOC e realizado com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e da Caritas, o programa promove a integração de refugiados e solicitantes de refúgio na sociedade brasileira por meio da inclusão laboral. Para mais informações clique aqui.