Nova planta de hidrogênio da Baviera deve reduzir em até 40% as emissões de carbono

Foto: Divulgação Technischen Universität München (TUM)

O Governo Alemão estabeleceu a meta de atingir a neutralidade do carbono até 2045. Para atingir este objetivo, os processos de geração de energia na indústria química – tais como os utilizados para produzir hidrogênio – devem ser substituídos por novos processos sustentáveis. Pensando em atingir essa meta, o governo do Estado Livre da Baviera viabilizou a construção de uma instalação inovadora de produção de hidrogênio verde a partir do biogás.

No projeto Tecnologia de Reator Eletrificado (EReTech – Electrified Reactor, em inglês), parceiros das áreas da ciência e da indústria construirão uma planta de hidrogênio que opera com eletricidade baseada em energias renováveis. Essa nova planta deve diminuir drasticamente o consumo de energia e as emissões de dióxido de carbono em comparação com plantas convencionais.

A abordagem inovadora será realizada por meio da integração de um aquecedor elétrico como fonte de calor para a reação química. O desenvolvimento técnico e a realização prática são os objetivos do projeto EReTech, que é financiado pela União Europeia (UE) e coordenado pela Universidade Técnica de Munique (TUM – Technischen Universität München, em alemão).

A usina será construída perto da cidade Eichstätt e irá produzir 130 toneladas de hidrogênio por ano, que serão utilizadas para estações de abastecimento de hidrogênio. A conclusão da construção está prevista para 2025.

“Até agora, a energia para processos na indústria química era fornecida por combustão fora do reator”, disse o Prof. Johannes Lercher da Cátedra de Química Técnica II da TUM, líder do projeto. A combustão com ar produz carbono de forma altamente diluída e a transferência de calor para o reator também requer muita energia. “Em vez de calor de combustão, usamos aquecimento por resistência elétrica no interior dos reatores no projeto EReTech.”

A startup bávara SYPOX está significativamente envolvida na implementação deste sistema. A empresa foi fundada na TUM e é especializada em reatores químicos aquecidos eletricamente que convertem biogás em hidrogênio de forma neutra em termos de carbono, utilizando calor de processos elétricos. “Com a ajuda da nova tecnologia, podemos reduzir as emissões de carbono em até 40% em relação ao processo tradicional, sem que a produtividade caia”, afirmou o Dr. Gianluca Pauletto, CEO da SYPOX.

Além da fábrica na Baviera, um reator de ensaio está sendo construído na cidade holandesa de Geleen para investigar a resiliência da nova tecnologia, de forma que seja possível aplicá-la em ambientes industriais. “Com a ajuda desta instalação, obteremos informações fundamentais e processaremos dados para uma maior expansão da tecnologia. Isto nos permitirá oferecer soluções para a indústria química no futuro, como, por exemplo, para a produção de hidrogênio em grande escala”, explicou Pauletto.

O projeto EReTech reúne 14 parceiros da indústria, institutos de pesquisa e universidades da Alemanha, Holanda, Itália, Grécia, Bélgica, França, Suíça e Suécia . São eles:

  • TUM;
  • Instituto Europeu de Pesquisa de Catálise aisbl (European Research Institute of Catalysis a.i.s.b.l.);
  • Politecnico di Milano;
  • Ethniko Kentro Erevnas Kai Technologikis Anaptyxis;
  • Bayerngas GmbH;
  • Università degli Studi di Padova;
  • Linde GmbH;
  • HyGear Technology and Services BV;
  • Bureau Veritas Exploitation;
  • Chemelot Research Facilities BV;
  • Josef Kerner Energiewirtschafts-GmbH;
  • Hulteberg Chemitstry and Engineering AB;
  • SYPOX GmbH;
  • Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique (Eidgenössische Technische Hochschule Zürich).