No primeiro ano de pandemia, a emissão de CO2 foi cerca de 2,4 bilhões de toneladas menor, o equivalente a menos 7,5% em comparação a 2019. Contudo, a desaceleração industrial temporária é insuficiente para conter o aumento do efeito estufa e as mudanças climáticas, de acordo com a agência da ONU, Organização Meteorológica Mundial (OMM). Por isso, repensar a urbanização e a mobilidade nas cidades é quase que inevitável para conter o brusco aumento da população mundial nos últimos séculos e os impactos ambientais provocados. Esse remanejamento das cidades tem refletido sobre a responsabilidade ambiental das atividades humanas e a ocupação dos espaços urbanos, engajando governos e empresas na diminuição das emissões de carbono nos meios de transporte, buscando alternativas cada vez mais sustentáveis, o que pode ser definido como mobilidade sustentável.
No Brasil, o trânsito caótico e a alta no preço do combustível têm feito com que muitas pessoas optem por um tipo de transporte mais econômico e sustentável, as bicicletas comuns e patinetes elétricos. Segundo a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, 39% dos municípios brasileiros têm ao menos um comércio de bicicletas, sendo São Paulo a cidade com o maior número de comércio varejista de bicicletas, somando mais de 300 estabelecimentos. Na capital paulista, o uso de bicicletas compartilhadas já é uma realidade para o deslocamento das mais de 12 milhões de pessoas que circulam pela cidade todos os dias.
Outra opção em ascensão é o uso de carros elétricos. A alternativa tem como um dos principais benefícios não emitir poluentes no meio ambiente, além dos destaques em eficiência energética, baixos custos de manutenção e ótimo desempenho. Porém, apenas a mudança para os carros elétricos não contribui para a mobilidade sustentável, pois não auxilia na gestão do grande volume de veículos nas ruas e enorme área plana destinada aos estacionamentos. Diante disso, o compartilhamento de viagens é uma tendência para o pós-pandemia. Um case de sucesso é a Bablacar, rede de viagens presente em mais de 22 países que poupou mais de 1,6 toneladas de dióxido de carbono com a ocupação total dos carros em 2018, trazendo um grande benefício ambiental e contribuindo para uma menor pegada de carbono para os usuários da plataforma.
Quando se trata de mobilidade para colaboradores, o carro da empresa ou a passagem do transporte público aparecem como as únicas opções, contudo cada vez mais empresas estão descobrindo soluções sustentáveis para seus funcionários. A empresa alemã de telecomunicações, Deutsche Telekom, é um exemplo disso. A corporação oferece a seus funcionários uma ampla gama de serviços móveis como aluguel de bicicletas, compartilhamento de veículos, passagens de trem e transporte público, entre outros meios de transporte. Com o objetivo de reduzir as emissões de CO2 em 40% até 2030, a companhia oferece os recursos necessários para o deslocamento sustentável de seus funcionários e ainda fortalece a sua marca diante do mercado.
Também com sede na Alemanha, a DEKRA, empresa de Testes, Certificações e Inspeções atua em 60 países comprometida com a segurança e sustentabilidade na mobilidade urbana. Com base na responsabilidade ambiental da companhia e em seu apoio aos 10 princípios do Pacto Global da ONU, a DEKRA tem se empenhado para ajudar a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e assumiu o acordo de reduzir significativamente as suas emissões de carbono até 2025, mudando inclusive seus modos de trabalho para o digital e trabalhando para otimizar a sua frota de veículos.