Pesquisa da PwC mostra aposta do setor de serviços financeiros brasileiro em Inteligência Artificial

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A 27ª edição da Global CEO Survey, pesquisa anual da PwC, que ouviu mais de 4,7 mil CEOs em mais de 100 países, incluindo o Brasil, mostra que executivos do setor de serviços financeiros estão atentos à necessidade de reinvenção. Nesse sentido, 74% dos respondentes do setor de serviços financeiros no país acreditam que a Inteligência Artificial (IA) generativa melhorará a qualidade dos produtos ou serviços das empresas nos próximos 12 meses, este percentual é de 64% em outros setores no Brasil e de 59% no recorte global de serviços financeiros.

A disrupção tecnológica e as mudanças climáticas são as duas megatendências analisadas por esta edição do estudo, o setor de serviços financeiros, porém, destaca-se em relação à questão tecnológica. Apesar do impacto projetado pela IA no Brasil, a implementação dessa tecnologia em todas as áreas da empresa ainda é uma realidade distante no país. Dos CEOs brasileiros de serviços financeiros, 23% alegaram esse status de implementação. Na média geral do país, foram 30%.

“Ainda que o estágio de implantação da IA em toda a corporação não seja uma realidade para a maioria dos nossos entrevistados, percebemos o poder de influência dessa inovação. 63% dos CEOs do setor no Brasil acreditam que a IA generativa aumentará a capacidade de criar confiança com os stakeholders e 71% espera aumento na lucratividade com a sua implementação”, avalia Lindomar Schmoller, Sócio da PwC Brasil e Líder do Setor de Serviços Financeiros.

A 27ª CEO Survey também identificou que para 91% das lideranças brasileiras de serviços financeiros, a IA generativa vai exigir, nos próximos três anos, o desenvolvimento de novas habilidades da maior parte da sua força de trabalho. No Brasil como um todo, a média é de 77%. Para 89% dos respondentes do setor, a IA também irá mudar a geração de valor nas suas empresas e para 83% ela aumentará a competitividade do setor como um todo. No Brasil, esses percentuais médios são, respectivamente, de 72% e 73%.

No geral, a pesquisa constatou que o setor de serviços financeiros no país está mais otimista em relação à aceleração da economia brasileira do que a média geral dos respondentes brasileiros. Dos CEOs entrevistados, 60% estão confiantes quanto ao crescimento da economia do país nos próximos 12 meses ante 55% dos CEOs brasileiros de todos os setores ouvidos. O percentual da indústria de serviços financeiros do Brasil também é superior ao da média global do segmento, 47%.

Para além da expectativa favorável sobre o desempenho econômico do próprio país, as lideranças brasileiras de serviços financeiros também estão mais confiantes na aceleração da economia global que no ano passado. No total, 29% dos CEOs do setor no Brasil acreditam que a economia global vai se desacelerar, no levantamento de 2023, esse percentual era de 73%. Já 37% esperam uma aceleração, percentual semelhante à média brasileira e global.

Outro ponto que chama a atenção nesta edição da pesquisa é que fatores que impactaram em mudanças para criação de valor nas empresas nos últimos cinco anos, exercerão um impacto ainda maior nos próximos três anos. Exemplo disso, são as mudanças tecnológicas que impactaram 71% na criação de valor das empresas nos últimos anos e foi citado como um fator de grande impacto para 83% dos executivos nos próximos três anos.

Outros fatores que seguem a mesma tendência são: mudanças na preferência do consumidor, regulação governamental, ações da concorrência, mudanças demográficas, mudanças climáticas e instabilidade da cadeia de abastecimento.