As inscrições para a segunda chamada do Programa de Inovação em Hidrogênio Verde, o iH2Brasil, terão início a partir de 15 de agosto e o objetivo é reunir as melhores ideias para acelerar o desenvolvimento econômico e setorial do Hidrogênio Verde no Brasil, apresentadas por startups e entusiastas.
O Programa é uma realização da Aliança Brasil-Alemanha para o Hidrogênio Verde, formada pelas Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo e Rio de Janeiro, e faz parte dos esforços para a expansão do Hidrogênio Verde no Brasil, no âmbito do projeto H2Brasil. Implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH com recursos do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha (BMZ), o projeto H2Brasil é executado em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME).
Em sua primeira edição, realizada entre os meses de março e junho deste ano, o Programa recebeu inscrições de 30 projetos de startups, de oito estados das regiões Sul e Sudeste, além do Distrito Federal, e de 92 entusiastas (de 22 estados brasileiros, além da Alemanha). Do total, oito startups foram selecionadas para executarem seus projetos, além de seis soluções apresentadas por acadêmicos ou professores, na categoria entusiastas.
“O programa iH2Brasil é uma contribuição importante e inédita para a expansão do mercado de H2V e derivados no Brasil. Nessa segunda fase, esperamos iniciativas disruptivas a serem apresentadas por startups e entusiastas de todo o Brasil, com proposição de soluções para a cadeia de Hidrogênio Verde, inclusive logística e aplicação”, diz Bernd dos Santos Mayer, gerente de Componentes de Inovação em Hidrogênio Verde da GIZ Brasil. “Temos certeza de que selecionaremos projetos que ajudarão a transformar a sociedade, oferecendo soluções para uma transição energética mais eficiente e sustentável”, completa.
“As expectativas para a segunda chamada são ótimas. Nesse momento, estamos passando pela fase de aceleração da primeira edição e é muito empolgante ver startups com soluções promissoras no cenário de hidrogênio verde ganhando maturidade e aprimorando suas soluções. As ferramentas que estão sendo disponibilizadas neste período vão contribuir para que empresas que buscam soluções ligadas à produção, logística ou aplicação encontrem parceiros com soluções robustas por meio do programa”, explica Fernando Paraíso, Coordenador do Departamento de Inovação e Sustentabilidade na AHK São Paulo.
De acordo com a Câmara Brasil Alemanha do Rio de Janeiro (AHK Rio), as energias renováveis no Brasil apresentam custos de geração que estão entre os mais competitivos do mundo e o Hidrogênio Verde a ser produzido localmente poderá acompanhar essa tendência. “Para que a produção local comece, é necessário olhar para a aplicação do Hidrogênio Verde. Sem consumo, dificilmente haverá demanda. Por isso, queremos focar, na segunda chamada, muito mais em aplicações de hidrogênio. Essas aplicações incluem, também, soluções digitais para auxiliar o uso inteligente e reduzir, por exemplo, o transporte. Tenho certeza de que ainda temos muitas aplicações ou usos não explorados e com a segunda chamada queremos provocar os entusiastas a realizar ideias neste sentido, a fim de encontrar uma ideia completamente disruptiva”, comenta Ansgar Pinkowski, Gerente de Inovação e Sustentabilidade da AHK Rio.
Como participar
As inscrições para Startups estarão abertas de 15 de agosto a 9 de setembro e, para Entusiastas, de 15 de agosto a 13 de outubro. Os interessados devem se inscrever pelo Portal H2Verde Brasil. As categorias terão como base os mesmos desafios: produção, logística e aplicação de Hidrogênio Verde, porém, cada uma com um foco único, detalhado nas páginas dedicadas às respectivas categorias e regulamentos.
O processo de avaliação será feito por uma banca de especialistas, que analisará as propostas recebidas, por meio da compatibilidade com os desafios do Programa. As análises serão feitas até meados de outubro, para Startups. No caso dos Entusiastas, acontecerá, nos dias 14, 15 e 16 de outubro, um Hackathon, como critério de seleção.
O Hidrogênio Verde e a descarbonização
Diante da crescente preocupação mundial para conter as mudanças climáticas e os seus efeitos no planeta, os países vêm firmando compromissos de redução de emissões de CO². Alinhado a isso, o governo brasileiro se comprometeu em reduzir suas emissões em 37% até 2025, e em 43% até 2031. Além disso, definiu metas ambiciosas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 55% até 2050.
Nesse sentido, o Hidrogênio Verde é essencial para conter os efeitos nocivos das emissões de carbono, já que se constitui numa fonte de energia limpa. O Brasil já possui mais de 80% da sua matriz elétrica proveniente de energias renováveis, ocupando, por esse motivo, o primeiro lugar entre os países em produção de energia limpa. Isso se deve, principalmente, às suas características geográficas e climáticas que, por sua vez, também habilitam o potencial do país para se tornar um dos líderes globais em Hidrogênio Verde, uma das principais apostas para a eliminação dos combustíveis fósseis.