Pesquisa realizada pela PWC apresenta as novas tendências relativas ao futuro do mercado imobiliário. Apesar da disrupção prolongada provocada pela covid-19 e das mudanças de paradigma na forma como vivemos e trabalhamos, o setor imobiliário continua a atrair capital, demonstrando sua estabilidade e apelo sobre outras classes de ativos.
Mesmo com a incerteza econômica generalizada, 2021 foi um ano de recordes no mercado imobiliário global, com volumes de vendas comerciais superando em 59% o total de 2020 e em 22% o pico anterior, observado em 2019 – muito acima das expectativas expressas no Global Outlook do ano passado.
Esse extraordinário nível de atividade foi impulsionado pela demanda mundial por imóveis residenciais e industriais e pelo prêmio entre o rendimento da propriedade e as taxas de juros na maioria dos mercados globais.
A crescente incerteza macroeconômica deu origem a uma clara cautela entre os entrevistados. Uma das maiores preocupações levantadas no ano passado e ainda maior hoje, a pressão inflacionária acelerou significativamente. Em janeiro, a inflação atingiu 5,1% na Europa e 7,5% nos EUA, o maior aumento anual em 40 anos.
Embora a taxa e a escala da recuperação econômica pós-pandemia possam variar de país para país, as entrevistas realizadas para os três relatórios regionais Emerging Trends e para o estudo Global Emerging Trends também destacam algumas semelhanças inter-regionais importantes sobre questões e preferências do setor.
Ao longo do último ano, a logística passou a sintetizar os potenciais riscos e recompensas do investimento imobiliário – uma espécie de para-raios para comentários positivos e negativos sobre a classe de ativos como um todo.
Com um acúmulo de capital que privilegia ativos imobiliários em detrimento de outros, o segmento de logística continua sendo o mais atraente, ao lado de imóveis residenciais. Essa tendência não dá sinais de ceder nem este ano nem no próximo, segundo líderes entrevistados para este relatório, embora persista uma hesitação em relação aos preços.
Em nenhum lugar o impacto da turbulência provocada pela covid-19 é mais profundo do que no setor de escritórios, que há muito tempo é a base dos portfólios de imóveis comerciais. Passados dois anos do início da pandemia, ainda não há uma direção clara nessa área. Existe uma ampla gama de perspectivas sobre como um modelo de trabalho híbrido afetará a demanda por escritórios. Mas, qualquer que seja o desfecho, as empresas alugarão menos espaço no futuro. É improvável que novas contratações e a necessidade de espaço adicional para manter o distanciamento social preencham os imóveis vazios.
Para os investidores, a consequência desse problema generalizado tem sido uma realocação de capital de setores menos favorecidos para diversas modalidades de habitação. A crescente atração por imóveis residenciais se refletiu nas edições norte-americanas e europeias do relatório Emerging Trends por vários anos. Os entrevistados do Global Emerging Trends sugerem que a mesma dinâmica de oferta e demanda que tornou a habitação mais acessível está criando uma resiliência no mercado de capitais. O setor residencial se beneficia de vagas com valores mais baixos e melhores retornos ajustados ao risco do que os ativos comerciais.