A maioria (64%) dos executivos brasileiros pretende direcionar esforços e investimentos em tecnologia para incrementar a experiência do consumidor ao longo do próximo ano. Além disso, quase metade (48%) acredita que os principais impulsionadores da transformação digital de uma companhia são melhorar a agilidade e garantir a modernização da empresa. Tais dados são parte do recorte nacional da pesquisa Global Tech Report 2022 realizada pela KPMG com mais de 2200 especialistas do setor.
“O relatório identifica as estratégias de tecnologia que estão sendo mais utilizadas neste momento de inédita volatilidade do mercado. Ficou evidente que as lideranças empresariais brasileiras estão engajadas na digitalização e implementação de tecnologias disruptivas em seus negócios, atentas à movimentação global de customer centricity e à crescente importância da agenda ESG”, resume o Sócio-Líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil e na América do Sul, Márcio Kanamaru.
O estudo apontou também que todos os participantes, brasileiros e estrangeiros, afirmam que os esforços de transformação digital tiveram impacto positivo sobre o lucro ou sobre o desempenho da companhia nos últimos 24 meses. Entre os executivos nacionais, a maioria (58%) relata um incremento de 6% a 10%. Já entre os estrangeiros, predominam, com 42%, aqueles que registraram alta de 1% a 5%.
Apesar da percepção positiva com relação ao impacto da tecnologia sobre os resultados do negócio, os brasileiros ouvidos pela KPMG apontaram desafios que limitam esse crescimento. As principais queixas relatadas foram a escassez de talentos, sendo a mais citada, desafiando a adoção de tecnologias digitais (48%), o gerenciamento de dados abaixo do ideal (46%), o alto custo de aquisição e implementação de sistemas (30%) e a falta de habilidades, dentro da própria organização, para implementar ou aproveitar novos sistemas (30%).
“A pesquisa comprova que as organizações brasileiras enfrentam desafios semelhantes aos das companhias internacionais. Dentre esses, sobressaem a falta de mão de obra qualificada e a crescente complexidade das tecnologias operacionais. Além disso, há questões inerentes à segurança cibernética que se tornaram ainda críticas em um cenário marcado pela adoção do trabalho remoto e pela crescente dependência de terceiros”, destaca o Sócio-Líder de Gerenciamento de Risco e Serviços de Segurança da KPMG no Brasil, Marcos Fugita.
Agilidade, planejamento e uso de nuvem
O levantamento indica ainda que a maior parte dos líderes brasileiros (68%) e globais (53%) entende que, em suas organizações, as mudanças de TI corporativa, como a implementação de atualizações de um software ou a adoção de novos recursos e funcionalidades, são adotadas de forma relativamente rápida, mas de acordo com um plano e um cronograma traçados previamente, sendo que no Brasil o percentual é relativamente mais alto que os pares Globais neste quesito.
Outros 74% dos respondentes brasileiros relatam que a migração de cargas de trabalho estratégicas para a nuvem está em andamento em suas respectivas organizações. O percentual é praticamente igual ao obtido no levantamento global, que foi de 73%. Em relação à porcentagem das cargas de trabalho corporativas que já estão na nuvem, quase metade (46%) dos brasileiros afirma estar entre 41% e 60%. Apenas 14% conseguiram migrar mais de 80%. Entre os respondentes globais, esses percentuais são de 33% e 13%, respectivamente.