No ano de seu centenário, o Grupo TRUMPF gerou um crescimento de receita considerável. Com base em cálculos preliminares, a receita no ano fiscal de 2022/23 (encerrado em 30 de junho de 2023) foi de 5,4 bilhões de euros (ano fiscal de 2021/22: 4,2 bilhões de euros).
Além disso, a TRUMPF inicia o novo ano fiscal com uma grande carteira de pedidos: os pedidos recebidos mais uma vez ultrapassaram a marca de 5 bilhões de euros (mais exatamente 5,1 bilhões de euros), mas caíram cerca de 9% em relação ao nível máximo do ano anterior, que registrou 5,6 bilhões de euros.
Nicola Leibinger-Kammüller, CEO da TRUMPF, comentou: “Apesar das condições difíceis em curso, alcançamos um excelente ano fiscal em nosso centenário. No entanto, temos assistido a uma queda nos pedidos nos últimos meses devido à desaceleração econômica global. Assim, estamos entrando no novo ano fiscal com a devida cautela, apesar de uma sólida carteira de pedidos”.
BRASIL TEM O MELHOR ANO DA HISTÓRIA
No Brasil, a TRUMPF registrou seu melhor desempenho desde que a empresa chegou ao país, em 1981. O faturamento alcançou perto de 70 milhões de euros, mais de 10% acima do recorde anterior, registrado no ano fiscal 2013/14, com 60 milhões de euros. O ano fiscal 2023/24 inicia com uma boa carteira de pedidos, quase 15% acima em euros do ano fiscal passado. Em reais, são mais de 70%, comparados a 2013/14.
Para João Carlos Visetti, CEO da TRUMPF Brasil, o mercado de máquinas laser está passando por uma transformação no país, causada pelo desenvolvimento de máquinas mais produtivas e velozes, com impacto nas vendas.
“Se olharmos somente as máquinas 2D, as vendas vêm oscilando desde 2013/14, quando atingiu o pico no mercado nacional, com 127 milhões de dólares, considerando todas as marcas. Isso se deve ao desenvolvimento tecnológico, que turbinou as máquinas, especialmente na TRUMPF. Oito anos atrás, uma máquina laser de fibra de 6kW era considerada de alta potência. Hoje, nossas máquinas cortam três a cinco vezes mais material, com o dobro ou o quádruplo da potência. Isso representa pelo menos quatro vezes mais produção do que em 2013/14, considerado o melhor da série histórica”, diz Visetti.
Segundo ele, desde o início de 2023, o mercado vive um momento de espera para a aquisição de novas máquinas, devido a fatores conjunturais, como a alta taxa de juros reais, que inibe investimentos em máquinas e equipamentos, e a expectativa dos detalhes sobre o programa de Depreciação Acelerada, para renovação do parque industrial brasileiro, que ainda está em discussão no governo federal. “O empresário está em modo de espera para tomar a decisão de investimento em novas máquinas”, afirma.
Smart factory no Brasil
Para Visetti, a área de metal mecânica no Brasil ainda está distante de ser um polo avançado de manufatura com produção inteligente, automatizada e interconectada. “Ainda temos muitas tarefas ergonomicamente desaconselháveis para o trabalho humano que são feitas por pessoas, aqui no Brasil. Nos Estados Unidos, tudo é automatizado, digitalizado e interconectado; as vendas totais dos EUA são dez vezes maiores do que as vendas no Brasil – a parte destinada a smart factories chega a ser quarenta vezes maior.
Segundo ele, a principal barreira para a implantação de uma smart factory no Brasil ainda é tecnológica. “Você pode ter uma smart factory sem ter automação, desde que tenha inteligência incorporada. Falta transparência de dados aos processos, para que eles sejam adequadamente direcionados. Ainda há muitas máquinas fazendo coisas que outras máquinas deveriam fazer, e poucos sabem qual é o seu tempo de produção. Com isso, você não tira o melhor do seu equipamento”. Visetti lembra que os dados são essenciais para gerar informação e tornar a tomada de decisão mais produtiva. “Implantar um sistema de dados na produção não é caro. Mas é preciso uma decisão, uma vontade de querer”, conclui.