Angela Merkel está ciente do importante papel da Alemanha na busca de uma solução para a crise da dívida, mas avisou que não se deve "superestimar a força" do seu país.
"A Alemanha é forte, é o motor econômico e âncora de estabilidade da Europa", declarou a líder do governo alemão em discurso no Bundestag, nesta quinta-feira (14). Merkel enfatizou, entretanto, que a Alemanha não pode resolver sozinha a crise mundial e que a sua capacidade de atuação "não é ilimitada".
Ainda, segundo ela, conseguir uma maior integração política e fiscal dos países-membros da União Europeia "é uma tarefa hercúlea, mas inevitável". "A Europa, porém, não é a única que precisa fazer esforços", acrescentou.
As declarações foram um lembrete aos participantes da próxima cúpula do G20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia, que acontece nos dias 18 e 19 de junho em Los Cabos, no México, e durante a qual a crise da dívida será o tema central.
Nesse contexto, a chanceler também advertiu contra um contínuo financiamento do crescimento por meio de novas dívidas e pediu o fim do protecionismo que freia o desenvolvimento econômico.
Na questão sobre o controle e a supervisão dos bancos na Europa, ela defendeu um papel reforçado do Banco Central Europeu (BCE), mas lembrou que ainda há muito o que se fazer em relação à regulação dos mercados financeiros.
Apoio alemão à Espanha
Merkel aprovou a atitude do governo espanhol de solicitar o resgate aos bancos do país, afirmando ter sido "uma decisão absolutamente correta". A ajuda solicitada pela Espanha, porém, "impõe condições", reiterou.
A chanceler também afirmou que a Espanha pode contar com a solidariedade de seu país e da Europa e ainda recomendou à Espanha que entregasse o pedido oficial bem rápido. "A Alemanha está aí, é o motor econômico e responderá em favor do bem-estar de todos", disse.