O Parlamento alemão (Bundestag) aprovou nesta quinta-feira (29) a ampliação do fundo europeu de resgate. No total, 523 parlamentares votaram a favor do projeto de lei sobre a remodelação do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, sigla no alemão), destinado ao auxílio das economias europeias em crise. Outros 85 parlamentares votaram contra e três deles se abstiveram.
A aprovação, que era considerada um teste à solidez da coligação no poder, formada pelos partidos CDU/CSU e FDP, é vista como uma vitória para o governo comandado pela chanceler alemã, Angela Merkel. A votação favorável da maioria dos parlamentares que formam o Governo centro-liberal (315) garantia assim a aprovação do projeto, mesmo que não houvesse o apoio da oposição. Segundo informações da imprensa alemã, a rejeição da proposta traria sérias limitações a capacidade de liderança da chanceler.
De acordo com a nova lei, a capacidade de financiamento do EFSF será elevada dos atuais € 440 bilhões para valores de até € 2 trilhões. Além disso, as garantias bancárias da Alemanha passam de € 123 bilhões para € 211,04 bilhões. A nova lei permite ainda que o EFSF compre de títulos de governo, conceda empréstimos a um país para refinanciamento de dívidas de seus bancos, e em casos especiais, compre dívida pública no mercado secundário.
Para o Ministro das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, a decisão do parlamento alemão foi um sinal de confiabilidade da Alemanha para os seus parceiros europeus. "A decisão é uma importante contribuição para a solução da crise da dívida e para a estabilização do euro. Precisamos remodelar a Europa em uma união de estabilidade. Solidariedade europeia tem que andar lado a lado com solidariedade fiscal. É imprescindível que países com problemas financeiros como a Grécia, resolvam suas tarefas de poupar e consolidar de forma consequente", disse Westerwelle.
A remodelação do EFSF já foi aprovada nos parlamentos da Finlândia, França, Espanha, Itália, Bélgica e Luxemburgo e nos próximos dias passará também pela aprovação de outros noves países, entre eles Áustria e Portugal.