Sem previsões para o seu fim, a crise da dívida na Europa vem aumentando as incertezas em relação às mais estáveis economias da região, entre elas a Alemanha. Isso é o que constata a agência de classificação de risco Moody's, que na noite desta segunda-feira (22) rebaixou a perspectiva do rating soberano "AAA" da Alemanha, Holanda e Luxemburgo, de "estável" para "negativo".
Em resposta à agência, o Ministério das Finanças alemão declarou, em nota para a imprensa, que a decisão não leva em consideração a solidez econômica do país, acrescentando que os riscos na zona do euro "não são novidade". Para o órgão, a qualificação da Moody's considera "especialmente os riscos a curto prazo, mas não menciona as perspectivas de estabilização de longo termo".
De acordo com o comunicado divulgado pela pasta comandada por Wolfgang Schäuble, as perspectivas para a Alemanha são sólidas e a confiança dos mercados internacionais no país é alta.
"Por meio de sua sólida política econômica e financeira, a Alemanha assegurará seu status de 'porto seguro' e continuará exercendo seu papel de âncora na zona do euro com responsabilidade. Junto com seus parceiros, o país fará tudo ao seu alcance para superar a crise da dívida o mais rápido possível", pontua o órgão.
A agência de qualificação, por sua vez, justifica a decisão com o aumento da chance de uma possível saída da Grécia e da necessidade de um resgate de outros países, como Espanha e Itália. Segundo a Moody's, o "ônus cairá mais pesadamente" sobre os países do bloco com rating mais elevado, que também possuem maior capacidade de absorver os custos associados com a ajuda. No caso da Alemanha, a agência ressaltou a "vulnerabilidade" do sistema bancário alemão diante de um aprofundamento da crise.
A nota da Finlândia foi a única que se manteve estável na classificação da Moody's.