Alemanha quer ampliar projetos com o Brasil


“A ideia de que o petróleo vai desaparecer da matriz energética mundial é um mito. Ele não vai deixar de ser uma fonte de energia, mas vai ficar escasso e caro, por isso precisamos buscar soluções”.  A declaração da chefe da Unidade Internacional da UNICA (União da Indústria da Cana de Açúcar), Géraldine Kutas, marcou o tom do painel sobre o setor energético durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha em Frankfurt, nesta segunda-feira (2). Géraldine acredita que a resposta para o desafio energético que o mundo enfrenta atualmente está no compromisso do setor privado e na vontade pública em fomentar a inovação. 



Justamente para esse fim, Brasil e Alemanha fecharam, em 2008, uma cooperação no setor de energia, com foco em fontes renováveis e eficiência energética. O acordo, no entanto, ainda precisa sair do papel, conforme a subsecretária de Estado do Departamento de Política Energética do Ministério Federal alemão da Economia e da Tecnologia, Ursula Borak. “Temos que proceder agora com projetos concretos e, nesse contexto, precisamos da participação das empresas dos dois países”, enfatizou.



Ursula afirmou que acordos bilaterais como o que a Alemanha mantém com o Brasil representam uma oportunidade de aprendizado também para a indústria alemã e disse que espera que as empresas brasileiras tenham interesse em expandir os projetos conjuntos.



Desafios e soluções



O setor de armazenamento de energia foi citado como o principal desafio que o setor energético enfrenta atualmente. Com a introdução de fontes renováveis na matriz energética de diversos países, a demanda por formas eficientes de armazenar o que é produzido é crescente, mas ainda carece de pesquisa. Conforme a subsecretária alemã, o governo da Alemanha já vem subsidiando centros de pesquisa para suprir essa demanda no país germânico.



Rodolfo Fraenkel, gerente financeiro da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), propôs a criação de um fórum composto por representantes dos setores público e privado para agilizar a viabilização de pesquisa e desenvolvimento na área de energia também no Brasil. Fraenkel acredita que a exploração da camada pré-sal na costa brasileira pode levantar os fundos necessários para subsidiar projetos dessa natureza. “Essa é a hora de investir”, alertou.

SXC
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