Balança comercial Brasil-Alemanha do setor de autopeças despenca com a crise

O comércio de autopeças entre o Brasil e a Alemanha caiu consideravelmente neste primeiro semestre de 2009 ante o mesmo período do ano anterior, seguindo a tendência entre os países da Europa, de acordo com dados recentemente divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). O Brasil exportou 55,56% a menos para a Alemanha em relação ao primeiro semestre de 2008, e nas importações também houve redução semelhante, de 52,56%.


 


No ano passado, a Alemanha ocupava o primeiro lugar entre os países que mais importaram autopeças do Brasil, com mais de US$ 1,2 bilhão. Este ano, porém, o número caiu para US$ 558,20 milhões, e a primeira posição pertence agora ao Japão, com US$ 725,5 milhões. Já as exportações da Alemanha para o Brasil totalizaram US$ 195,2 milhões nesses primeiros seis meses do ano, ocupando a quarta posição, contra US$ 439,3 milhões no mesmo período de 2008, quando estava em terceiro no ranking dos países exportadores para o Brasil.


 


De acordo com Paulo Butori, Presidente do Sindipeças, a Alemanha sofreu fortemente com a crise financeira e diminuiu bruscamente as importações do Brasil. “Nós também sofremos forte baque, com redução da produção nos meses iniciais da crise. Consequentemente, nossas importações também despencaram”, explica Butori.


 


Exportações brasileiras – Com um saldo negativo de US$ 997 milhões na balança comercial brasileira de autopeças no primeiro semestre deste ano, que corresponde a uma redução de 7,6% ante 2008, as exportações para 163 países registraram uma queda de 44%, passando dos US$ 5 bilhões em 2008 para US$ 2,8 bilhões este ano. No caso das importações, provenientes de 117 países, a queda foi um pouco menos acentuada, de 36,31%, caindo de US$ 5,9 bilhões para US$ 3,8 bilhões em 2009. Além do fato de a crise financeira ter afetado mais fortemente outros países que são grandes produtores de veículos e que praticamente interromperam suas importações, a alíquota de importação de autopeças no Brasil foi reduzida em 40% e é hoje, em média, de 10%. “Isso, somado à valorização de nossa moeda, favorece as importações, desfavorecendo as exportações. Atualmente, há excesso de produção no mundo e nosso mercado interno é visto como saída para muitos”, comenta.

Divulgação/Sindipeças
Divulgação/Sindipeças