Exatamente 50 anos após John F. Kennedy ter estado em Berlim, o presidente dos EUA, Barack Obama, visita a capital alemã nesta terça e quarta-feira (18 e 19), após a Cúpula do G-8 na Irlanda do Norte. É a primeira visita de Obama como presidente dos EUA. O político esteve em Berlim no verão europeu de 2008, como candidato à Casa Branca, tendo recebido ovações entusiásticas pelo seu discurso diante da Coluna da Vitória.
Agora, Barack Obama será recebido pelo presidente alemão Joachim Gauck e pela chanceler federal Angela Merkel. O espectro do programa da visita inclui questões bilaterais e globais, inclusive o aprofundamento das relações transatlânticas. O ponto culminante deverá ser o discurso de Obama nesta quarta-feira, diante do Portão de Brandemburgo.
A visita do democrata segue uma tradição de memoráveis presenças de presidentes dos EUA em Berlim. John F. Kennedy visitou a Alemanha de 23 a 26 de julho de 1963, e o ponto culminante da sua estadia foi seu discurso em Berlim Ocidental. Quase dois anos após a construção do Muro, Kennedy dirigiu-se à população da cidade dividida com as palavras: “Todas as pessoas livres, onde quer que vivam, são cidadãos de Berlim. E por isso, como um homem livre, eu me orgulho de dizer: ‘Eu sou um berlinense’”. Esse discurso, aplaudido entusiasticamente, deu novas forças e confiança, não apenas aos berlinenses, para enfrentar tempos difíceis.
Ronald Reagan visitou Berlim Ocidental em junho de 1987, na comemoração do 750º aniversário da cidade. Na mesma ocasião, o leste da cidade era visitado por Mikhail Gorbatchev, na época secretário geral do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética. No seu discurso diante do Portão de Brandemburgo, em 12 de junho, Reagan se dirigiu diretamente a Gorbatchev com as frases que escreveram história: “Come here to this gate! Mr. Gorbachev, open this gate. Mr. Gorbachev, tear down this wall!”. (Venha aqui para este portão. Senhor Gorbatchev, abre esse portão! Senhor Gorbatchev, derrube esse muro!). Tal apelo nos meados de 1987 parecia totalmente ilusório. O Muro seria realmente derrubado dois anos mais tarde.