A produção de biocombustível no Brasil deve crescer mais de 200% – de 1,3 milhão para 4,1 milhões de barris comparados a petróleo – até 2035, estima a IEA (Agência Internacional de Energia). No mesmo período, o uso do etanol no transporte subirá dos atuais 3% para 8%, ainda conforme a organização. Os números foram apresentados nesta semana, durante o Seminário Internacional de Biocombustíveis, promovido pelo IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e WPC (Conselho Mundial de Petróleo) na capital paulista.
De acordo com o chefe do departamento de indústria e mercado de petróleo da IEA, Antoine Halff, as previsões para o Brasil nos próximos 20 anos são otimistas: além de quase quadruplicar a geração de energias renováveis, o País responderá por 40% da exportação mundial de biocombustíveis. A produção de gás natural irá quintuplicar e o País se tornará o 6º maior produtor de petróleo do mundo, com uma produção diária de mais de 6 milhões de barris por dia.
“O mapa energético no mundo está mudando. Existe uma redistribuição de suprimento e demanda de petróleo e biocombustível e nós vemos o Brasil, hoje, como o pivô dessa transformação”, disse. Não à toa, o País ganhou destaque com quatro capítulos no último World Energy Outlook, relatório editado pela Agência e que serve como referência para o mercado.
Quem também exaltou o potencial brasileiro foi o vice-presidente do WPC, Joszef Tóth, que classificou o País como a “Meca dos biocombustíveis”. “Há muitos lugares no mundo produzindo esse tipo de combustível, mas nenhum em tamanha quantidade e qualidade como Brasil”, destacou.
O presidente do WPC, Renato Bertani, afirmou que é preciso prestar cada vez mais atenção às fontes de energia renováveis. Segundo ele, quando se compara com barris de petróleo, o mundo consome cerca de 250 milhões de barris em energia. Destes, 85 milhões são realmente de petróleo. Os demais advêm do carvão, gás, hidroelétrica, entre outras fontes. “Nosso desafio é cada vez mais estimular o uso das fontes renováveis, pois os biocombustíveis são ideais para atender a demanda energética no mundo”, disse.