Apesar da retração de 3,9% na produção nacional de papel e de 0,3% na de celulose no primeiro semestre de 2009 em relação ao mesmo período do ano anterior, o Brasil está se mantendo nas mesmas posições nos rankings dos países que mais produziram as commodities em 2008. Tendo ultrapassado a Suécia e a Finlândia, o país é hoje o quarto produtor mundial de celulose, atrás apenas dos EUA, do Canadá e da China.
Já quanto à produção de papel, o Brasil está na 12ª posição, em uma lista liderada por EUA, China e Japão. Segundo Elizabeth de Carvalhaes, Presidente Executiva da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), as empresas têm direcionado esforços para se manterem nesses patamares até o fim do ano e esperam atingir a mesma produção de 2008.
O faturamento das exportações dos dois produtos juntos caiu 17,5%, passando de US$ 2,78 bilhões, de janeiro a junho de 2008, para US$ 2,29 bilhões este ano. A receita das exportações de celulose reduziu 17,1%, apesar de o volume das vendas externas do produto terem subido 18%, de 3,3 milhões de toneladas para 3,9 milhões de toneladas.
O contraste é conseqüência da queda no preço da celulose desde outubro passado. O volume das exportações de papel, isolado, teve queda de 7,4%, o que resultou numa redução na receita de 18,4%, no primeiro semestre deste ano ante 2008. Os resultados do segundo trimestre de 2009, entretanto, já apresentam certa recuperação, a qual deve se manter até o final deste ano “Também foi inaugurada uma nova fábrica de papel com capacidade de produção de 200 mil toneladas, o que reforça o potencial brasileiro no pós-crise”, esclarece Carvalhaes.
O principal destino das exportações de papel é a América Latina. A Bracelpa está otimista quanto à evolução do próximo semestre. O Diretor de negociações setoriais da Bracelpa, Francisco Saliba, acredita que é possível que se atinja os mesmos números de produção de 2008, quando 12,7 milhões de toneladas de celulose e 9,4 milhões de toneladas de papel foram produzidas. Para ele, a melhora no mercado interno dos EUA e Japão são sinais positivos para o Brasil, mas ressalva que o apoio do governo é essencial nesse momento delicado.