Consumidores de China, Brasil e Cingapura são considerados os usuários mais vorazes do mundo de mídias digitais, movimento alimentado pela rápida aceitação dos smartphones e tablets, revela o estudo Debate Digital 2013 – Emergência do consumidor digital multitarefas da KPMG International.
De acordo com o estudo, que apurou o impacto dos conteúdos digitais e tradicionais sobre cerca de 9 mil pessoas de nove países, em todo o mundo, os consumidores estão demonstrando um apetite insaciável pelas mídias em todas as suas formas, sejam elas digitais ou off-line.
“Os consumidores da China, Brasil e Cingapura, em todas as faixas etárias, estão acessando e usando as mídias em um ritmo impressionante”, avalia Gary Matuszak, líder global da prática de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações (TMT) da KPMG. “Eles são rápidos em adquirir dispositivos móveis, e são incrivelmente receptivos a todas as formas de informação, notícias e entretenimento de TV, internet, jornais, revistas e rádio”, explica.
Nova geração
Uma nova geração de consumidores centrados em dispositivos móveis está vivendo sua primeira experiência de contato com as mídias, justamente por meio desses aparelhos móveis. Este crescente segmento tem uma preferência muito maior pelas mídias digitais, e a chegada de uma nova geração de redes móveis de alta velocidade provavelmente vai acelerar esta tendência.
Entre os consumidores chineses de regiões urbanas, 78% possuem ou pretendem possuir um smartphone, percentual pouco maior do que a intenção demonstrada em relação à posse de laptops (76%), enquanto 51% dizem que têm ou pretendem ter um tablet (penetração maior do que a percebida nos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha ou Austrália). No contagem geral entre todos os entrevistados de nove países, 53% possuem ou pretendem possuir um smartphone, e pouco mais de um quarto dos respondentes (26%) têm ou pretender ter um tablet.
Além disso, os consumidores de China, Brasil e Cingapura não só preferem acessar conteúdos digitalmente, mas estão mais dispostos a pagar por isso. Segundo a KPMG, a propensão dos consumidores centrados em dispositivos móveis em pagar por conteúdos pode gerar valiosos insights aos provedores de mídia ou de tecnologias sobre modelos revolucionários de obter retorno financeiro.
Para David Elms, diretor de Mídia da KPMG no Reino Unido, “em países emergentes, que são mercados de alto crescimento, como a China, as pessoas não estão sobrecarregadas com o legado dos PCs (computadores pessoais) e saltaram diretamente para os dispositivos portáteis. Isso cria oportunidades incríveis para a área de tecnologia e empresas de mídia, muitas das quais estão lutando para criar modelos rentáveis de negócio”.
Brasil em destaque
“A pesquisa da KPMG International vem trazer subsídios a uma percepção empírica que temos do mercado de dispositivos móveis no Brasil: o entusiasmo do brasileiro com as novas tecnologias é enorme, o que, certamente, representa ótimas oportunidades aos players dos vários segmentos envolvidos nesse mercado”, afirma Manuel Fernandes, sócio-líder de TMT da KPMG no Brasil.
“Na área de conteúdos, os brasileiros são os mais ativos nas redes sociais entre os nove países pesquisados, com 77% de respondentes tendo visitado essas comunidades virtuais nos 30 dias anteriores à pesquisa. Os chineses vêm em segundo, com 72%, seguidos pelos espanhóis, com 71%. Em relação à compra de dispositivos móveis, mesmo diante das diferenças de renda entre os países, o Brasil aparece em terceiro lugar entre aqueles que responderam possuir tablets, com 22%, atrás apenas da China (51%) e EUA (26%), e à frente da Alemanha (12%). Já quanto a possuir um smartphone, os brasileiros também ficam em terceiro, mas com um percentual maior (44%), atrás de China (78%) e Alemanha (47%), e à frente dos EUA (40%)”, indica o executivo.
De acordo com a KPMG, o desafio para os provedores de conteúdo no Brasil é ainda a velocidade da rede, segurança de dados e capacidade dos consumidores para realizar download de conteúdos por redes móveis. Enquanto 67% dos entrevistados no País disseram ser mais conveniente para eles ter acesso on-line a conteúdos, quase um terço disse que não dispõe de uma conexão de internet rápida o suficiente para tornar sua atividade on-line uma experiência agradável. Além disso, quase metade dos brasileiros se disse desconfortável ao fazer pagamentos on-line em razão de preocupações com a segurança de seus dados.
No entanto, ainda conforme a empresa, com os olhos do mundo sobre o Brasil em razão da Copa do Mundo de Futebol em 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, os investimentos na rede “4G” devem ser acelerados, facilitando o acesso aos conteúdos on-line e melhorando a experiência dos usuários e consumidores no Brasil.