Brasil pode crescer 3,1% em 2013 e 4,4% em 2014

Após um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de apenas 0,9% em 2012, a economia brasileira deve retomar o crescimento em 2013 e registrar um avanço de 3,1% ao final desse ano e 4,4% em 2014. As previsões são resultado de pesquisa realizada pela Ernst & Young em parceria com a Oxford Economics e que integra o recém-lançado relatório trimestral Rapid-Growth Markets Forecast, que traça perspectivas macroeconômicas para 25 mercados emergentes.

“Estamos otimistas, com certa cautela, de que a virada necessária na política econômica brasileira está a caminho. Anúncios recentes dão conta de que os próximos passos serão a redução dos impostos sobre o setor privado e abertura de concessões para uma série de projetos de infraestrutura ao longo do ano”, pondera o relatório.

No entanto, de acordo com o texto, para retomar o crescimento, também é necessário recuperar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo, prejudicada pela alta continuada do Real nos últimos anos. Além do câmbio apreciado, os custos de mão de obra e os gargalos estruturais representam barreiras ao avanço do Brasil, cujo crescimento está abaixo da média dos 25 países emergentes pesquisados, que devem crescer 5,1% em 2013 e 6,0% em 2014.

A Ernst & Young destaca também que, mesmo tendo reduzido os juros consideravelmente nos últimos anos para estimular o consumo e a produção, o Brasil segue com a taxa mais alta entre os mercados emergentes – e, consequentemente, com a maior taxa de retorno para investidores internacionais. Embora a atração de capital seja normalmente positiva, o influxo de moeda estrangeira é apontado pela empresa como um dos principais fatores para a supervalorização do Real.

América Latina: fugindo da dependência das commodities

Países ricos em recursos naturais na América Latina escaparam relativamente sem danos da crise financeira global de 2008/2009. Isso ocorreu, em parte, graças à alta dos preços das commodities. Esses preços, porém, são cíclicos, e podem cair da mesma forma como se mantiveram em alta nos últimos anos. Portanto, segundo o relatório, a América Latina deve buscar um perfil de exportação diferente do adotado entre 2000 e 2010 e investir em produtos manufaturados de maior valor agregado.

Para a pesquisa da Ernst & Young, enquanto o Brasil reconstrói as bases de um círculo virtuoso de crescimento, Chile e México vivem o melhor momento na região. O primeiro beneficia-se da alta dos preços do cobre e deve ter crescimento acima de 5% neste ano; o segundo, embora tenha tido taxas tímidas de crescimento recentemente, deve beneficiar-se dos negócios conquistados graças a sua política de poucas barreiras comerciais e vivenciar um bom 2014.

 

SXC
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