A presidente Dilma Rousseff chegou neste domingo (4) a Hannover, na Alemanha, onde participará da abertura da maior feira de tecnologia do mundo, a CeBIT, às 14h (horário de Brasília) de hoje. Após o evento, Dilma terá um encontro privado com a chanceler Angela Merkel.
Na manhã desta segunda-feira (5), a presidente concedeu uma entrevista coletiva e falou sobre suas expectativas para a Feira, que neste ano tem o Brasil como país convidado. “A Alemanha tem uma característica que é muito importante para nós numa parceria: é um país com uma grande capacidade de inovação e criação de produtos na área de máquinas e equipamentos de alta precisão, que introduzem melhorias de produtividade”, disse.
“O País é o terceiro mercado em consumo de computadores e tem uma expansão grande nessa área. Temos um horizonte de possibilidades muito grande e a Alemanha é especializada na área de equipamentos e sistemas”, completou.
Tsunami monetário
A crise econômica mundial também será tema da conversa entre as duas chefes de Estado. Dilma criticou, na semana passada, a enxurrada de dinheiro novo no sistema financeiro. Segundo números do Banco de Compensações Internacionais (BIS), os países desenvolvidos despejaram US$ 8,8 trilhões em liquidez na economia mundial desde o início da crise.
“A expansão da massa monetária nessas proporções produz dois efeitos: a desvalorização artificial da moeda, que equivale a uma barreira tarifária. O outro problema é que se cria uma massa monetária que não vai para a economia real – produz bolha e especulação”, afirmou a presidente em Hannover. Dilma também fez críticas ao uso do câmbio como uma forma artificial de proteção de mercado.
Segundo a governante brasileira, é importante que os países desenvolvidos não façam apenas políticas expansionistas monetárias, mas criem políticas de expansão do investimento. “O investimento melhora a demanda interna e abre também demanda externa para os nossos produtos”, afirmou.
Questionada sobre a possibilidade de Merkel ouvir a posição brasileira sobre a questão do câmbio, Dilma foi assertiva. “Eu tenho certeza que sim, a chanceler já declarou que tem consciência do fato”, afirmou.
Após a repercussão da posição de Dilma, na semana passada, Angela Merkel disse à imprensa que entendia as críticas feitas pela presidente brasileira e que pretendia tranquilizá-la sobre o assunto.