De 2003 a 2009, mais de 29 milhões de brasileiros ascenderam para a classe C, a chamada nova classe média, conforme dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os desafios que essa mudança trouxe para a área da saúde, assim como as oportunidades que as novas demandas oferecem para as empresas estrangeiras foram tema de um painel de discussão entre empresários brasileiros e alemães, durante o 30º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que aconteceu em Frankfurt.
De acordo com Max Thiermann, presidente do Conselho da Allianz South America, o incremento no poder de compra da população aumentou a procura por seguros de saúde privados, resultando em um crescimento significativo da demanda nas áreas hospitalar e farmacêutica no Brasil.
O que representa um grande desafio para o País pode ser visto como oportunidade pelos empresários alemães, conforme o presidente da Bayer Brasil, Theo van der Loo. Segundo ele, a área da saúde depende essencialmente de inovação, e esse é um campo em que o know how alemão poderia ser muito útil, já que há uma carência muito grande no segmento de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em todo o território nacional.
Barreiras
O marco regulatório representa o maior desafio para a concretização de parcerias entre empresas brasileiras e alemãs. De acordo com Dieter Schenk, membro do Conselho da Frenesius Medical Group, o mercado de saúde brasileiro é extremamente fechado e dificulta muito a entrada de capital estrangeiro no País.
Para Van der Loo, o rígido controle de preços sobre medicamentos exercido pelo governo brasileiro e a clara preferência pela indústria nacional também representam obstáculos para as empresas estrangeiras que já atuam ou querem atuar no Brasil.