Comissão Europeia anuncia medidas para a zona do euro

A Comissão Europeia (CE) anunciou, durante um encontro de seus representantes realizado ontem (30), em Bruxelas, um pacote com medidas que devem ser adotadas para promover a estabilidade, o crescimento econômico e a criação de empregos nos países que fazem parte da União Europeia.

Assim, foi considerado que o Mecanismo Europeu de Solidariedade (Mede) poderá ser usado para sanear os bancos da Espanha e outras instituições financeiras da zona do euro que estejam em situação de dificuldade econômica diante da crise.

Acredita-se que a medida sucederá, a partir do segundo semestre, o Mecanismo de Estabilização Financeira (EFSM), fundo de resgate financeiro já utilizado para ajudar a Grécia, que conta com recursos da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O novo fundo terá orçamento estimado em € 500 bilhões e, segundo a Comissão, permitiria cortar o laço entre os bancos e as finanças dos países. No entanto, o atual estatuto do mecanismo só permite que o dinheiro seja emprestado aos Estados.

Em relatório, a Comissão prevê que serão necessários avanços ambiciosos para acelerar e aprofundar a integração financeira.

Durante discurso, José Manuel Barroso, presidente da Comissão, declarou que “uma integração mais estreita da zona do euro, por meio de suas estruturas e práticas de supervisão, ou uma gestão da crise supranacional sob a forma de união bancária seria um complemento importante para a União Econômica e Monetária atual”.

Economias em desequilíbrio e demais propostas

As outras medidas de estímulo à estabilidade financeira e ao crescimento econômico se referem às recomendações específicas por país, mas que não foram detalhadas no decorrer da cúpula em Bruxelas.

Em relação aos 12 estados-membros considerados em risco de desequilíbrio macroeconômico, as indicações presentes no relatório da Comissão dizem respeito às políticas orçamentais, ao setor de serviços, às pensões, à administração pública, ao mercado de trabalho e às reformas econômicas que devem ser a dotadas nos próximos 12 meses. Os países que apresentam indicadores de desequilíbrio econômico são: Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Finlândia, França, Itália, Hungria, Eslovênia, Espanha, Suécia e Reino Unido.

Já para a Alemanha e para a Bulgária, a Comissão recomenda ao Conselho Europeu que os procedimentos relativos aos déficits excessivos (PDE) sejam revogados.  Em março, os dois países comunicaram que seus respectivos déficits de administração pública de 2011 foram inferiores a 3% do PIB e, segundo o Eurostat, esses valores não aumentarão ao longo dos próximos meses.

Outro assunto discutido no encontro foi o desemprego entre os jovens, que cresce a níveis acelerados na maioria dos países da UE. A Comissão prevê, em longo prazo, a implantação de medidas que visem aumentar a produtividade e assegurar uma melhor correspondência entre as qualificações de formação e as necessidades do mercado de trabalho.

 

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