O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um panorama dos mercados de trabalho dos Estados Unidos e Europa diante da crise econômica.
O estudo considera que a economia americana está conseguindo superar as consequências da contração financeira e gerar empregos graças ao dinamismo e inovação das empresas do país.
No entanto, a pesquisa conclui que a situação na Europa é bastante distinta, sobretudo porque o agravamento da crise é mais atual no continente, que ainda enfrenta um período de instabilidade no mercado.
Segundo a análise, o mercado de trabalho europeu é fortemente afetado diante da queda significativa da produção industrial, localizada principalmente na França e na Alemanha, e os países do sul europeu deverão continuar com fortes contrações em sua base produtiva.
As taxas de desemprego da região apresentaram em 2011 o maior aumento desde março de 2010, acompanhadas pela queda da participação da população entre 15 e 64 anos nas atividades laborais.
Nos países do norte europeu, a taxa de participação desta população ativa declinou após a crise internacional, enquanto que na região sul ela se encontra estagnada em 69,7% desde 2008, evidenciando a baixa atratividade do mercado de trabalho local após este período.
Em 2011, o desemprego atingia 6,8% da população ativa dos países do norte, 15,1% nas regiões do sul e 11,1% das pessoas em idade ativa no leste europeu.
O Ipea aponta também que o fechamento de postos de trabalho, principalmente nos países do sul da Europa, foi a principal variável de ajuste para as empresas e governos frente à retração econômica. Atualmente, a Espanha é o país com a maior taxa de desocupação aberta, com 21,7%, seguida pela Grécia, com 17,4%.
No norte e no leste europeu, a redução de vagas de emprego foi momentânea e, de acordo com a análise, já superada em 2011.
Após 2009, além do desemprego, a remuneração também se tornou uma variável importante para ajuste de gastos. Dessa forma, os valores pagos pelas empresas e governos aos trabalhadores do sul do continente encolheram 1,7% entre 2009 e 2010. Nos demais grupos de países, os valores seguiram estáveis ou apresentaram ligeiro crescimento.
Por fim, como saída para a crise, a pesquisa considera uma recuperação baseada no consumo interno de bens e serviços, mesmo reconhecendo que a exportação deste setor é um componente importante do PIB de alguns países, como a Alemanha.