Um estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho – OIT revela que a crise financeira e econômica agravou a situação dos jovens no mercado de trabalho. O quadro já não era muito favorável devido ao descompasso que vinha acontecendo há alguns anos entre o crescimento da população de 15 a 24 anos e a oferta de emprego.
De acordo com o relatório, entre 2007 e 2009, o número de desempregados nessa camada da população aumentou 7,8 milhões, saltando de 11,9% para 13% em todo o mundo. Entre os 620 milhões de jovens economicamente ativos, 81 milhões estavam sem atividade no final do ano passado. Esse é o maior nível de desemprego do grupo já registrado. As estimativas da OIT mostram que essa taxa deve alcançar os 13,1% até o final de 2010 e recuar a 12,7% no ano que vem.
Cenário
Dentre os países da União Europeia, a Alemanha apresentou o menor índice de desemprego entre os jovens (cerca de 10%). O bom desempenho se deve principalmente ao sistema de ensino do país, que incentiva programas de treinamento profissional em empresas. Espanha e Estônia registraram os maiores índices do bloco, com 40% e 30% respectivamente.
O estudo aponta, ainda, que 90% dos jovens economicamente ativos vivem em países cuja economia ainda está em desenvolvimento e são, portanto, mais vulneráveis ao subemprego e à pobreza. Aproximadamente 28% deste montante vivia, em 2008, em situação de extrema pobreza, com apenas US$ 1,25 por dia.
O diretor geral da OIT, Juan Somavia, diz que “os efeitos da crise econômica e financeira ameaçam agravar o déficit de emprego já preexistente entre os jovens”. Ele afirma que como consequência disso, o número de jovens presos a subempregos cresce e esse ciclo de pobreza persiste por pelo menos mais uma geração.