Os dois últimos anos representaram um período bastante desafiador para a economia global, marcada pela pandemia do coronavírus, problemas nas cadeias de suprimentos e mais recentemente a guerra na Ucrânia.
Para traçar a perspectiva para o ano de 2022 do empresariado alemão no mundo, a Confederação Alemã das Câmaras de Comércio e Indústria (DIHK, em sua sigla em alemão) divulgou os resultados da mais recente edição da AHK World Business Outlook. Mais de 4.200 empresas alemãs, filiais e subsidiárias ao redor do mundo participaram da tradicional pesquisa.
Os resultados mostraram um cenário ainda cambaleante para os negócios. Mais de um terço (37%) dos participantes indicaram que devido à atual conjuntura econômica e política de suas regiões de atuação, o desempenho econômico local de suas companhias irá sofrer uma queda ao longo deste ano.
“Tivemos uma mudança de humor semelhante pela última vez na primavera de 2020”, comentou o chefe de comércio exterior da DIHK, Volker Treier, sobre as avaliações atuais. “Agora, a inflação e a pressão de custos, a guerra e o bloqueio em andamento em Xangai estão causando ainda mais deterioração nas condições locais. O resultado é que temos que nos preparar para negócios visivelmente piores em todo o mundo”.
A pesquisa evidenciou ainda que as empresas ativas no exterior percebem a crise econômica de maneira muito diferente, dependendo da região do mundo em que atuam: no leste e sudeste da Europa (excluindo os países da UE), bem como na Rússia e na Turquia, mais da metade das empresas alemãs (54%) avaliam o futuro econômico desenvolvimento como ruim. “Quanto mais próximas as empresas estão da guerra na Ucrânia, mais direta ou indiretamente elas sentem os efeitos do conflito e as sanções associadas”, disse Treier.
Cerca de 41% das empresas na zona do Euro classificam o desenvolvimento econômico em sua localidade como negativo.
A América do Norte apresenta o melhor desempenho, com mais de um terço (36%) das empresas vendo a economia de forma positiva, seguida pela América do Sul e Central (29%). As intenções de investimento das empresas alemãs ativas no exterior nesses mercados são correspondentemente altas em comparação com outras regiões.
Dados coletados das empresas alemãs no Brasil
No âmbito brasileiro, a avaliação se mostrou mais otimista: 51% dos respondentes avaliaram a situação comercial atual de sua empresa como boa e 52% responderam que esperam um desenvolvimento positivo dos negócios de sua empresa local nos próximos 12 meses.
Questionados quanto aos investimentos locais, 40% dos respondentes afirmaram que devem se manter constantes e 36% indicaram a previsão de um aumento.
Entre os principais riscos para o desenvolvimento econômico do setor privado nos próximos doze meses foram listados: condições estruturais da política econômica (54%), aumento do preço das matérias-primas (45%), aumento do custo de energia (31%) e custos de mão de obra (25%).
Como consequência da invasão russa na Ucrânia, os participantes acreditam que suas empresas serão impactadas com aumento dos custos de energia, matérias-primas e insumos (67%), escassez de matérias-primas (47%) e enfraquecimento da cadeia de suprimentos e interrupções logísticas (42%).
O resumo dos resultados da pesquisa está disponível por meio desse link (material em alemão).