Até agora, a Alemanha se manteve praticamente imune à crise da dívida na zona do euro, mas recentes indicadores econômicos mostram que a economia do país começa a sentir os seus efeitos.
"A crise vai influenciar a conjuntura alemã por mais tempo do que imaginávamos", alertou o chefe econômico do Instituto Alemão para Pesquisas Econômicas (DIW, na sigla em alemão) de Berlim, Ferdinand Fichtner, resumindo os resultados do relatório econômico de verão divulgado pelo instituto.
Além disso, o índice de Gerente de Compras (PMI), indicador elaborado pelo instituto de pesquisas Markit divulgado hoje (4), apontou uma estagnação do setor de serviços em junho, encerrando assim um período de oito meses de expansão. No mesmo mês, a contração no setor industrial surpreendeu por seu ritmo mais acelerado do que nos últimos três anos.
Ainda, em maio deste ano, as vendas no varejo alemão ficaram abaixo do previsto, com uma queda inesperada de 0,3% na comparação com abril.
A confiança do empresariado alemão também sofreu uma queda brusca, atingindo em junho o menor patamar dos últimos dois anos, passando de 106,9 para 105,3.
Por fim, o DIW calcula que o fraco desenvolvimento econômico do país deve gerar uma estagnação no mercado de trabalho, com a taxa de desemprego ficando em torno de 7% neste ano.
Segundo o chefe econômico do DIW, o motor de crescimento da economia alemã continua sendo o consumo interno, e as vendas para países europeus devem permanecer fracas em função da crise. Apenas a demanda de mercados emergentes, como a China e o Brasil, deve ativar o comércio exterior alemão e as exportações devem voltar a subir somente após a virada do ano.
A nova previsão do instituto é que o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha cresça 1% neste ano e apenas 2% em 2013.