Aliança prevê valorização da cabotagem no Brasil

O balanço divulgado pela Aliança Navegação e Logística em comemoração aos dez anos de sua atuação no modal da cabotagem (navegação realizada entre portos interiores do país pelo litoral ou por vias fluviais) no Brasil revela consolidação da multinacional alemã nesse setor.


Dez navios da empresa estão hoje em operação na cabotagem, com capacidade de transporte semanal de 20 mil TEUs (medida da capacidade dos contêineres, correspondente a 20 pés). “Nesse período, contribuímos para a recuperação da credibilidade do setor e hoje atendemos a todos os principais portos, de Buenos Aires a Manaus”, declara Julian Thomas, Diretor- Superintendente da Aliança Navegação e Logística.


Até a década de 70, com a valorização do transporte rodoviário, a cabotagem era o principal modal do Brasil. A partir de 1998, entretanto, com o controle da inflação e a volta de investimentos em infraestrutura portuária, o modal começa a crescer novamente. Para se ter uma ideia, em 1999, 20 mil contêineres estavam em uso, número que subiu para 455 mil no ano passado, o que demonstra a retomada da credibilidade da cabotagem no País.


Entretanto, segundo Thomas, o que mantém essa utilização, ainda reduzida, é a falta de conhecimento sobre a atividade por parte das empresas brasileiras. Crise – Antes da crise econômica internacional, havia uma projeção de que, a partir de 2008, a Aliança cresceria 15% ao ano nesse modal, o que não está se verificando na prática. Em 2008, a empresa movimentou cerca de 260 mil quilos de cargas.


A previsão é que o fechamento deste ano seja inferior a 220 mil quilos. ”Esse decréscimo afetou todos os setores de transporte. Não é nada muito sério, considerando que o mercado como um todo teve uma redução na faixa de 10% a 15%”, analisa José Balau, Diretor de Operações da companhia. A expectativa, porém, é de retomada dos valores de 2008 entre os anos de 2010 e 2011, com possibilidades de que 2011 já supere os resultados de 2008.


“Dependemos do crescimento do País e do aumento da atratividade do modal hidroviário, mas podemos assumir o crescimento de 15% ao ano dentro de alguns anos, como havíamos planejado”, afirma Balau. A cabotagem representa hoje, incluindo a Aliança e seus concorrentes, 15% do mercado potencial existente no País, calculado com base em cargas que são movimentadas por mais de mil quilômetros em uma distância de 150 quilômetros do litoral.


Para aumentar essa participação, a Aliança pretende agregar mais serviços por meio da conquista de clientes de menor porte, os quais muitas vezes não necessitam de um contêiner inteiro para transportar suas cargas. “Esse é um filão de mercado ainda não explorado no modal”, acrescenta Thomas.

Divulgação/Aliança
Divulgação/Aliança