BASF mede a sustentabilidade no agronegócio


A BASF apresentou, nesta terça-feira (8), em evento em São Paulo, os primeiros resultados da aplicação no Brasil do AgBalance, método desenvolvido pela companhia para medir a sustentabilidade na agricultura.



Segundo a companhia, a metodologia leva em conta os aspectos ambientais, sociais e econômicos do segmento, além de utilizar esquemas de mensuração que permitem avaliar as práticas de produção de forma ampla em toda a cadeia. Para isso, 69 indicadores, cada um ligado a um dos três pilares da sustentabilidade, são calculados por meio da ponderação de aproximadamente 200 fatores. A ferramenta obteve a validação de três agências mundialmente especializadas: TÜV Süd da Alemanha, a empresa norueguesa “Det Norske Veritas” (DNV) e a National Sanitation Foundation (NSF) nos EUA. No Brasil, a ferramenta é aplicada pela Fundação Espaço ECO (FEE), instituída pela BASF.



De acordo com Markus Heldt, presidente mundial da Divisão de Proteção de Cultivos da BASF, faz parte da estratégia global da empresa dar ênfase às soluções integradas de aprimoramento para uma agricultura sustentável, especialmente em países estratégicos. “O Brasil chama a atenção de todo o mundo quando o assunto é a produção de alimentos e bioenergia. Porém, para atender a essa demanda é preciso que o agronegócio brasileiro esteja preparado para participar de processos de certificações, atendendo às exigências de boas práticas de gestão cobradas pelos países importadores”, argumentou Heldt.



Resultados iniciais



As duas primeiras empresas a utilizarem o método no País foram a SLC Agrícola, produtora de commodities, focada na produção de algodão, soja e milho, e a Guarani, uma das empresas líderes do setor sucroenergético brasileiro em transformação da cana-de-açúcar.



Os estudos compararam dados relativos à safra 2009/2010 de duas unidades de produção de cada empresa agrícola, e levaram em conta diversos fatores, como manejo de solo, emissões de gases, utilização de fertilizantes e defensivos, consumo de recursos naturais, rentabilidade, conservação da biodiversidade e número de acidentes de trabalho, dentre outros.



No quesito uso de fertilizantes, por exemplo, a metodologia identificou que, se a SLC diminuísse esse consumo em 10% nas duas fazendas pesquisadas, seriam economizados 14,8 milhões de kWh, energia suficiente para abastecer, durante um ano, 2.073 casas. Além disso, 7,9 mil toneladas de CO2 deixariam de ser emitidas, o equivalente a um caminhão de 14 toneladas dando 150 voltas completas na Terra.



A Guarani, por sua vez, utiliza a vinhaça e o composto, subprodutos do processamento da cana, como alternativas aos fertilizantes minerais, e a recomendação do estudo é que se intensifique esse uso. Hoje, já há uma redução de mais de 103,5 milhões de kWh, o suficiente para abastecer 14.502 casas durante um ano. A ação ainda colabora para que deixem de ser emitidas mais de 32 mil toneladas de CO2, o equivalente a um caminhão de 14 toneladas, utilizando combustível fóssil, dando 608 voltas na Terra.



Segundo Eduardo Leduc, vice-presidente sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para América Latina, atualmente, 15 grandes propriedades de cultivo de cana e cinco de cultivo de soja estão sendo estudadas através do AgBalance no Brasil. A ideia é expandir o uso do método para outras culturas, como o café, por exemplo, para que, com o tempo, se possa ter retratos detalhados da situação dos setores e regiões estratégicos do agronegócio brasileiro, auxiliando a orientar os investimentos em práticas sustentáveis. No momento, a companhia não tem previsão de comercializar a ferramenta.



Além do Brasil, diversos países estão recebendo estudos com o AgBalance, como a Alemanha e o Canadá, na cultura da canola, os Estados Unidos, nas plantações de milho, e a China, em lavouras de tomate.

Divulgação BASF
Divulgação BASF