Pela segunda vez em três anos, a subsidiária brasileira do grupo alemão Siemens registrou o maior crescimento entre as operações da empresa nos países do BRIC. Enquanto a Índia cresceu 17% e a China 12%, o Brasil registrou um incremento de 32% no faturamento calculado na moeda internacional da empresa, o euro.
No ano fiscal que se encerrou em 30 de setembro desse ano, as encomendas à Siemens do Brasil aumentaram 23% em relação a 2009, motivadas principalmente pela expansão dos setores de energia, industrial, óleo e gás, energias renováveis, transporte metro-ferroviário e siderurgia e saúde, nos quais a companhia tem investido fortemente. O faturamento líquido do período foi de R$ 4,2 bilhões – 10% acima do exercício anterior.
“O ano de 2010 foi muito bom para a Siemens no Brasil. Mantivemos um crescimento médio de três a quatro vezes o PIB brasileiro”, comemorou Adilson Primo, presidente da companhia no Brasil, em evento realizado na cidade de São Paulo nesta segunda-feira (13).
Investimentos
Para os próximos anos, a expectativa é de crescimento. Entre 2011 e 2015, a organização pretende duplicar sua receita no País. Para tanto, está investindo na instalação de três novas fábricas em território nacional que deverão entrar em funcionamento ao longo de 2011: uma dedicada ao setor eólico, outra ao segmento de óleo e gás e uma terceira na área industrial.
Nos próximos 20 anos, a Siemens planeja investir € 2,8 trilhões no mercado nacional. A maior parte dos aportes será destinada à infraestrutura, que, para Primo, é um limitador do crescimento do Brasil.
De acordo com o executivo, os investimentos serão feitos principalmente em áreas como segurança, abastecimento de água, aeroportos e redes ferroviárias, apontados por Primo como os maiores gargalos que o País possui atualmente.
Desafios
Nesse contexto, o executivo apontou os desafios que o governo de Dilma Rousseff terá que enfrentar nos próximos anos. Entre eles, o desperdício nas despesas públicas, as altas taxas de juros e tributos, a burocracia aduaneira, o câmbio supervalorizado e a falta de mecanismos de financiamento a longo prazo para estimular as exportações. “Todos esses problemas afetam fortemente a competitividade da indústria nacional”, ressaltou Primo.