O Grupo Knorr-Bremse, fabricante de freios para veículos ferroviários e rodoviários com sede em Munique (Alemanha), inaugurou, nesta quarta-feira (17), sua nova unidade no Brasil, em Itupeva (SP).
Orçada em R$ 100 milhões, a fábrica está localizada em uma área de 153 mil m², com 31.500 m² construídos, e recebeu R$ 11 milhões em equipamentos. A unidade anterior do grupo, que está presente no Brasil desde 1977, ficava no bairro de Santo Amaro, na capital paulista, e a mudança para Itupeva foi necessária em função da limitação da capacidade produtiva do antiga espaço.
“Hoje temos 40% a mais de capacidade de produção, além da possibilidade de aumentar as instalações, no mesmo terreno, em mais 30%. Na nova planta, nossos processos foram reestruturados e internalizamos algumas funções que nos deram maior flexibilidade na produção, na qualidade e na velocidade de atendimento ao cliente”, afirmou o presidente da Knorr-Bremse para o Brasil e América Latina, Oliver Erxleben.
Os investimentos no Brasil, segundo a empresa, fazem parte de um planejamento de expansão da capacidade de produção da Knorr-Bremse, em que o foco é a implementação de novos processos produtivos, bem como procedimentos flexíveis para melhorar o atendimento ao cliente, reduzindo significativamente os tempos de entrega. No total, a organização investirá mais de €250 milhões em instalações de produção “state-of-the-art” nos mercados globais de crescimento, distribuídos ao longo de um período de quatro anos (2011 – 2014). Em 2013, além da fábrica no Brasil, serão inauguradas unidades na Índia, China, República Tcheca, Hungria e nos EUA.
Empresa no Brasil
De acordo com a Knorr-Bremse, nos últimos dez anos a operação do grupo no Brasil quadriplicou de tamanho. O crescimento do mercado local e a entrada de novas tecnologias como o freio a disco para caminhões, além da recente introdução do sistema ABS, foram decisivos para o desenvolvimento da empresa. Atualmente a companhia é a única do mercado que oferece sistemas completos para freios pneumáticos, bem como as aplicações eletrônicas (ABS). Ela atende todo sistema ferroviário, de transportes metropolitanos – passageiros e cargas –, montadoras de ônibus e caminhões, além do mercado de reposição e do segmento agrícola.
Conforme informações da empresa, a Knorr-Bremse detém 70% do market share na área sistemas de freios para trens de carga e transporte público urbano como metrôs e CPTM. A fabricante destaca o aumento considerável de produtos e serviços em seu portfólio, como a introdução de sistemas de portas e ar condicionado para trens de passageiros. Nesta área, um dos grandes impulsos para o crescimento da companhia foi o lançamento, pelo governo federal, do plano de investimentos para a expansão da malha ferroviária, projeto logístico que tem como objetivo abrir corredores para melhoria da safra e produtos e que trará um impacto significativo na indústria de equipamentos.
Segundo o diretor de operações da Knorr-Bremse do Brasil, Wilson Câmara Junior, apesar de o segmento rodoviário ser atualmente responsável por 70% do faturamento da empresa, é no segmento ferroviário que está a maior aposta do grupo no País.
“Visualizamos uma possibilidade de crescimento muito maior no segmento ferroviário do que no rodoviário. Entendemos que o mercado rodoviário, hoje, já está com uma certa limitação, e a única coisa que, à primeira vista, motivaria uma produção maior de veículos [comerciais] seria um projeto de modernização da frota (a idade média da frota brasileira de veículos comerciais está em torno de 15 anos). Porém, vemos um campo maior e muito mais promissor no segmento ferroviário. Acreditamos que, dentro de cerca de 15 anos, esse segmento passe a ter uma participação mais significativa no faturamento da empresa do que os 30% atuais, chegando a igualar o cenário da Europa, que é de 50%-50% [de participação dos segmentos ferroviário e rodoviário no faturamento da Knorr-Bremse]”.
Brasil no Grupo Knorr-Bremse
Com uma fatia de 4% do faturamento do grupo, a fábrica brasileira também é a responsável por atender a demanda dos mercados da América Latina, exportando cerca de 10% de sua produção. O grupo acredita em um aumento da participação brasileira no faturamento global, principalmente pelo potencial de desenvolvimento econômico do País quando comparado às expectativas de crescimento dos países europeus.
“Nosso principal desafio no Brasil é a constante elevação dos custos de produção/fabricação. Para manter a competitividade, apostamos na importação de componentes dos países ‘low cost’ para atingirmos nossas expectativas de faturamento para 2013 e 2014, que é de R$400 milhões e R$500 milhões, respectivamente”, destacou Oliver Erxleben.
A Knorr-Bremse possui hoje, em Itupeva, cerca de 800 colaboradores, sendo 40% deles da região em torno da fábrica (Itupeva, Jundiaí e Cabreúva). A empresa atende montadoras de veículos comerciais como Mercedes Benz, MAN, Scania e Ford, entre outras, e, no campo ferroviário, as montadoras CAF e Alstom, além das operadoras CPTM e Metrô.
Presente em 85 localidades distribuídas em 27 países ao redor do mundo, o grupo gerou vendas de €4,3 bilhões e investiu €166 milhões em 2012.
