O Brasil entrou na rota das grandes marcas de luxo do mundo. Além do crescimento de 20% no segmento previsto para esse ano, a vinda de lojas e grifes de renome mundial atestam o momento excepcional. A Rimowa é a próxima a ampliar a sua presença no mercado brasileiro. A fabricante alemã de malas de luxo, presente no País desde 2007, está prestes a inaugurar a sua unidade fabril em São Paulo, quarta da marca no mundo.
Os números impressionantes da empresa no Brasil estimularam o novo investimento, resultado de um aporte de € 2 milhões. As vendas aumentaram 102% em 2009 frente ao ano anterior e, para esse ano, espera-se mais 70% de crescimento.
Para o diretor da Rimowa no Brasil, André von Ah, a expansão do mercado de luxo está relacionada à cultura de parcelamento. Diferente do que ocorre na Europa, por exemplo, os brasileiros têm o hábito de parcelar as compras, o que facilita o consumo das malas, que custam entre R$ 1,4 mil e R$ 27 mil.
E-commerce
A aposta no mercado local vai além. O País foi escolhido para estrear o sistema de vendas online e será o primeiro no mundo a contar com esse serviço. O e-commerce possibilitará a distribuição em todos os estados – atualmente são apenas cinco pontos de venda – e, posteriormente, na América Latina.
Para facilitar o fluxo, a fábrica está sendo instalada em Indaiatuba, no interior do estado, próxima ao aeroporto de Viracopos e a outros eixos de distribuição. Com a nova unidade e as vendas online, a Rimowa projeta crescimento de pelo menos 50% no próximo ano. A produção inicial será de 300 malas por mês, podendo alcançar 1 mil unidades até junho. Os preços ficarão 10% a 15% mais baratos, de acordo com von Ah.
Gosto brasileiro
A produção será iniciada com a linha “Salsa Air”, a mais consumida no mercado brasileiro e “a melhor coleção da marca no mundo”, segundo o executivo. Modernas e com coloridas, as malas são produzidas com um policarbonato especial, o que as tornam até 26% mais leves do que as tradicionais.
Para agradar o “gosto tradicional” do consumidor brasileiro, algumas cores fortes foram substituídas pelo preto e o cinza. Cores mais vibrantes são as preferidas entre os asiáticos, mas nem sempre funcionam aqui, comenta o diretor da Rimowa. As malas roxas, por exemplo, fazem sucesso entre os cariocas, mas não caíram nas graças dos paulistanos.