A Siemens acaba de trazer para o Brasil o seu programa de investimento corporativo em startups e empreendedores, o New Ventures Forum. O objetivo da iniciativa é identificar projetos tecnológicos voltados às áreas de energia e biocombustíveis que possam complementar o portfólio do grupo.
Segundo a multinacional alemã, serão feitos investimentos individuais de até US$ 1 milhão em empresas iniciantes ou mesmo grupos de pesquisadores que apresentem soluções inovadoras nesses dois segmentos.
O foco desta primeira edição do programa são soluções que abrangem as áreas de energia – principalmente eólica e fotovoltaica, além do seu armazenamento – e de processamento de biocombustíveis. Além disso, a companhia busca projetos com potencial de rentabilidade, de internacionalização e de comercialização dentro de dois anos. Ao todo, a Siemens pretende selecionar entre seis e dez projetos.
Para participar do programa, os empreendedores deverão enviar um breve currículo, a descrição do projeto, além do formulário de inscrição preenchido, até dia 15 de junho para a empresa. Mais informações sobre as inscrições e processo de seleção podem ser encontradas no site da Siemens.
O programa termina com o New Ventures Forum, que acontece de 10 a 13 de setembro em São Paulo. Durante este período, os empreendedores selecionados apresentarão seus projetos e receberão uma capacitação, aprendendo mais sobre o plano de negócios da própria Siemens e participando de cursos em suas áreas de negócios. Ao final, a empresa divulgará os projetos escolhidos para receber o aporte financeiro.
Inovação no setor de energia
O armazenamento de energia, segmento visado pela Siemens dentro do programa New Ventures Forum, é um dos principais desafios para a concretização da revolução energética na Alemanha.
Para ter sucesso com seu objetivo de obter pelo menos 33% de geração total de energia a partir de fontes renováveis até 2020, o país, que atualmente tem capacidade de armazenar somente uma pequena parte da energia limpa gerada, precisa de tecnologias mais avançadas de “baterias”.
Nesse contexto, especialistas da divisão de Hidrogen Electroliser da Siemens, em Erlangen na Alemanha, desenvolveram uma solução capaz de preencher o vácuo que existe no mercado. Trata-se de uma usina de eletrolisadora que transforma a energia em gás hidrogênio e permite assim seu transporte, por exemplo, para tanques de abastecimento.
Na opinião do cientista da Siemens Manfred Waidhas, o processo tem potencial para se tornar um componente importante das redes de abastecimento de energia na Alemanha e em outros lugares do mundo nos próximos anos.
"Quanto maior a quota de produção de eletricidade derivada de fontes renováveis ??como o vento e o sol, maiores serão as flutuações na quantidade de energia disponível. O problema é que a oferta e a demanda precisam ser equilibradas para evitar a sobrecarga na rede elétrica. É por isso que precisamos de unidades de armazenamento de energia, que absorvam o excedente e depois o retornem à rede, quando necessário", afirma Waidhas.