Com escritórios em São Paulo e no Chile desde a metade de 2013, as perspectivas da consultoria alemã Simon-Kucher para a América Latina são positivas. Especializada em estratégia, marketing, vendas e precificação e atuando na região há cerca de duas décadas, em 2014 a empresa espera um crescimento de 15% a 20% das receitas geradas no continente, embora o resultado dependa tanto do desempenho latino-americano quanto do mundial.
“Vemos muito mais projetos globais do que víamos há dez anos. Hoje tem muito cliente que fala ‘eu quero fazer um projeto, e minha empresa atua na Europa, nos EUA, na Ásia e na América Latina’, assim, temos que ter a capacidade de atender clientes em todo o mundo. Então, nossa receita na América Latina também depende da situação econômica global. Acho que a metade de nossos projetos hoje é parte de uma iniciativa global. Então é difícil de ter uma previsão exata [dos resultados na região]. A gente vê que a Europa está muito mais estável que há dois anos, que os EUA estão se recuperando – lentamente, mas estão se recuperando –, e a América Latina está mais devagar, mas ainda assim com um crescimento de cerca de 3%, na média”, observa o Managing Partner dos escritórios da Simon-Kucher em São Paulo e em Santiago, Manuel Osorio.
Os principais países em que a consultoria tem clientes na América Latina são Brasil, México e Chile, seguidos por Colômbia, Peru e as nações centro-americanas em um patamar menor. De acordo com Osorio, a empresa conduziu cerca de 200 projetos no continente nos últimos anos, a metade deles no Brasil.
São Paulo e Santiago foram escolhidas como sedes dos escritórios na região justamente em função do número de clientes. “O Brasil é um mercado muito interessante, e muito ‘local’ – você tem que demonstrar ao cliente que você sabe que o Brasil é diferente. A tendência que eu vejo no mercado é que os clientes brasileiros estão buscando uma consultoria que tenha as melhores práticas globais e também as melhores práticas locais, você tem que mostrar para eles que conhece as melhores práticas globais e sabe quais delas vão funcionar no Brasil”, enfatiza o executivo, que é chileno, mas passou a primeira infância no Brasil, e até a metade do ano passado gerenciava a atuação na América Latina a partir do escritório da companhia em Miami.
Dentre as áreas de negócios que estão no foco da Simon-Kucher no Brasil, destacam-se as ligadas ao consumo. “Com essa explosão do crescimento da classe média, há muito interesse [nos serviços da consultoria] por parte do varejo, de tudo que é ligado aos produtos de consumo em geral, carros, telefonia, seguros, dentre outros. E depois tem a área industrial, que tem se desenvolvido de maneira muito forte, como por exemplo a química e a automotiva”. Na América Latina, além destes setores, destaca-se também a indústria de extração de recursos naturais.
A expectativa da Simon-Kucher é de alcançar uma receita entre US$ 6 milhões e US$ 10 milhões e um número de clientes entre 50 e 100 em cinco anos no Brasil, e de que o País possa figurar entre os cinco principais mercados da empresa no médio prazo.
Na América Latina, atualmente, trabalham 12 consultores. De acordo com informações da empresa, no médio prazo ela planeja complementar esse time com mais 40 profissionais e gerar de US$ 13 milhões a US$ 20 milhões adicionais de receita anual.
A Simon-Kucher tem 27 escritórios em 22 países, e conduz projetos em mais de 60 nações. Em 2013, as receitas globais foram de US$ 205 milhões, um crescimento de 5% sobre 2012, e as perspectivas para este ano são aumentar as receitas em dois dígitos, para US$ 230 milhões. Atualmente com 690 funcionários, a força de trabalho da companhia deve crescer em mais 120 profissionais neste ano, metade deles a ser contratada fora da Alemanha.