A produtora de aço alemã ThyssenKrupp anunciou que está reavaliando as opções estratégicas para duas de suas usinas, uma localizada no Rio de Janeiro e outra no estado do Alabama, nos Estados Unidos, juntas avaliadas em € 7 bilhões.
Algumas das alternativas apresentadas pela empresa para contornar o estouro nos orçamentos de implantação e atrasos nas unidades são desenvolver parcerias com outras companhias ou a venda dessas usinas a outros players do setor.
Segundo o conselho administrativo da ThyssenKrupp, a decisão foi tomada devido às mudanças de parâmetros econômicos e produtivos nos países em questão, que impossibilitam a prática da estratégia inicial de gerir uma rede integrada entre a planta brasileira, produtora de chapas de aço, e a unidade de processamento norte americana.
“Queremos melhorar o nosso desempenho de forma sustentável e realizar revisões periódicas estratégicas de todos os nossos negócios. Continuamos a acreditar que ambas as plantas (do Brasil e dos Estados Unidos) vão ocupar posições importantes em seus respectivos mercados em termos de tecnologia e custos de conversão, mas temos que examinar se ainda faz sentido estrategicamente para nós operar as duas usinas em uma rede comum e integrada", declarou o presidente do Conselho de Administração da produtora de aço, Heinrich Hiesinger.
Em um comunicado, a companhia alega que não é mais viável produzir chapas de aço a preços baixos no Brasil e transportá-las com vantagens de custo para os Estados Unidos, para serem vendidas principalmente aos países integrantes do Nafta (Tratado de Livre Comércio da América do Norte).
O principal motivo seriam os impactos sofridos pela crise econômica de 2008, iniciada nos EUA, como a queda da demanda por negócios e produtos na região. Outro fator importante para avaliar os negócios nas Américas é a diferença do crescimento econômico entre as duas nações.
O Brasil, que hoje desfruta de um crescimento econômico acelerado, tem custos de produção crescendo desproporcionalmente ao país norte americano, devido aos valores trabalhistas mais altos, aos efeitos da inflação e à valorização do real.
A usina brasileira produziu cerca de 1,7 milhão de toneladas de placas de aço na primeira metade do ano fiscal em andamento. No mesmo período, a fábrica dos EUA distribuiu cerca de 1,4 milhão de toneladas de aço para os clientes da ThyssenKrupp.