Assim como a invenção da borracha sintética pelo químico alemão Fritz Hofmann revolucionou a indústria há 101 anos, uma nova geração do produto indica que não há limites para as inovações nesse segmento. As tendências e novidades mundiais em borracha sintética foram discutidas, nesta quinta-feira (23), por representantes da cadeia brasileira e internacional durante o “Rubber Day”, promovido pela Lanxess, em São Paulo.
Utilizadas em diversas áreas, desde o setor automobilístico até na produção de chicletes, as borrachas sintéticas agregam um porcentual crescente de tecnologia, com o objetivo de torná-las cada vez mais eficientes e corretas do ponto de vista ecológico.Um estudo citado durante o evento aponta que, se todos os carros do mundo usassem pneus produzidos com borracha de alta performance, 50 milhões de toneladas de CO² deixariam de ser emitidos na atmosfera todos os anos. Esses pneus já existem e a tecnologia ainda tem um futuro repleto de possibilidades.
Para o CEO mundial da Lanxess, Axel Heitmann, as oportunidades de crescimento no Brasil se concentram em mobilidade e urbanização. A intensa procura por automóveis, que colocou o País, recentemente, na 4ª posição no mercado mundial, é um indicativo. A previsão para a indústria de pneus é de um crescimento de 20% nesse ano. “Inovação será a chave para atender a essa demanda”, destacou Heitmann. Elas permitirão, por exemplo, reduzir à metade do consumo energético por meio da diminuição da resistência de rolagem dos pneus.
Mercado
A procura por automóveis e, consequentemente, por pneus, é tanta que as empresas estão investindo em novas plantas e aumentando a produção. A Lanxess está construindo uma nova unidade de borracha butílica (matéria-prima da borracha) em Cingapura, com capacidade para 100 toneladas por ano, resultado de investimentos de até €400 milhões (US$575 milhões).
A fabricante de pneus Goodyear está operando em três turnos em praticamente todas as plantas da América Latina, segundo Carlos Baruel, Diretor Suprimentos da empresa para a região. Os especialistas acreditam que o crescimento deve se manter nos próximos anos, embora não tão acelerado.
O desafio, no entanto, vai além do otimismo do volume de vendas e da questão ambiental, por si só. Para o presidente da Rhodia na América Latina, Marcos de Marchi, é preciso fazer com que o preço para o consumidor não seja maior em nome da sustentabilidade. Ainda assim, ele acredita que os investimentos nessas tecnologias são vantajosos. “No começo, se perde dinheiro. Depois, se ganha”, afirmou.