A escassez de mão de obra qualificada é hoje o maior problema para as empresas alemãs no Brasil. De acordo com a 1ª Pesquisa de Conjuntura Econômica realizada pela Câmara Brasil-Alemanha com empresas associadas, a dificuldade para encontrar profissionais com a formação e a qualificação necessárias afeta 26,5% dos entrevistados. Os problemas com a infraestrutura (23,5%) e o sistema tributário (20,6%) também figuram entre os principais motivos de preocupações.
“A grande surpresa na pesquisa foi aparecer em primeiro lugar a falta de mão de obra”, afirmou Ingo Plöger, presidente da IP Desenvolvimento Empresarial e Institucional e membro do Senior Advisory Board da Câmara, durante o lançamento do estudo nesta quarta-feira (24), em São Paulo. Segundo ele, esperava-se que questões como tributação, custo Brasil e os problemas com portos e aeroportos ficassem à frente. “A questão profissional é crítica porque não se forma um engenheiro em três anos. Engenheiros qualificados e com uma certa experiência, você não consegue”, avalia.
O resultado demonstra a preocupação do setor privado com o tema e coloca a questão da educação especializada como prioridade. Na avaliação de Plöger, é preciso avançar na política de transferência de tecnologia e pessoas gerando mais facilidades nesses casos. “Existem brasileiros na Alemanha que pagam duas vezes o imposto de renda e há alemães no Brasil na mesma situação. Isso dificulta as transferências de pessoas”.
A situação nos setores ferroviário e naval está entre as mais complicadas. Para acompanhar os projetos em andamento nesses segmentos, já há programas no Governo de recontratação de engenheiros aposentados com conhecimento nessas áreas, destaca Plöger.
O levantamento foi realizado com 1 mil empresas de origem ou capital alemão associadas da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo, entre setembro e novembro desse ano.